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Nacional
Sábado - 17 de Fevereiro de 2007 às 13:57

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A cúpula do PT dá como certa a nomeação de Marta Suplicy para a pasta da Educação. A ex-prefeita preferia a pasta das Cidades, mas sinalizou que não refugará a nova oferta. Nas últimas 48 horas, porém, Lula passou a pôr em dúvida o que antes admitia. Acha que a troca de Fernando Haddad, atual titular da Educação, por Marta pode trazer-lhe mais problemas do que soluções.

A incerteza de Lula aumentou depois de dois encontros que manteve com Fernando Haddad. Encontrou-se com o ministro no meio da tarde da última quarta-feira (14). Voltaram a conversar na noite de quinta (15). O ministro desembrulhou para o presidente um pacote educacional que vem preparando desde o final do ano passado.

O programa é ambicioso. Entre quatro paredes, foi apelidado de PAC educacional. Contém cerca de 50 ações, cobrindo da pré-escola à universidade. O calendário de implantação se arrasta pelos quatro anos do segundo mandato de Lula. Entre as providências estão a ampliação do ProUni, a melhoria do ensino básico, o combate ao analfabetismo, a formação de professores e a informatização das salas de aula.

Lula gostou do que ouviu. Gostou tanto que, em privado, passou a ruminar com assessores próximos um raciocínio que termina com um ponto de interrogação: por que trocar Haddad, um técnico com um projeto pronto, filiado ao PT, por Marta, uma política que pode abandonar Brasília em 2008 para disputar a prefeitura de São Paulo?

O presidente ainda não disse, de modo peremptório, que desistiu de alojar Marta na Educação. Mas, sintomaticamente, agendou visitas a universidades, na companhia de Haddad, para meses de abril e maio. Depois das reuniões com o presidente, o ambiente na assessoria de Haddad mudou. A atmosfera de velório foi substituída por um ambiente operoso.

A pedido do ministro, a equipe da Educação vai trabalhar no final de semana do Carnaval. Pretende-se dar os retoques finais no pacote educacional, aprontando-o para ser anunciado nos primeiros dias de março. Ali, passou-se a considerar que a nomeação de Marta, se acontecer, será uma enorme surpresa.

Em conversa com o blog, um assessor de Lula disse que, de fato, a indicação de Marta para a Educação “subiu no telhado”. O problema, disse ele, é que o presidente não sabe o que fazer com a ex-prefeita. Tampouco sabe o que fazer para aplacar a pressão do PT. A hipótese de que Marta fique fora da Esplanada é algo que não passa pela cabeça das principais lideranças do partido.

A alternativa de acomodar a ex-prefeita na cadeira de ministra das Cidades, a preferida dela, traria mais dores de cabeça para Lula. Na última terça-feira (13), em reunião com a cúpula do PP, o presidente prometeu que manteria no cargo o ministro Márcio Fortes, indicado pelo partido. Ao sair do Planalto, o líder do PP na Câmara, deputado Mário Nogromonte (BA), comunicou a novidade aos jornalistas. E o fez com autorização expressa de Lula.

Assim, se Marta vier a ser hospedada na Educação, será por pressão do PT e por absoluta falta de alternativa. Mais: a eventual nova ministra terá de jurar ao chefe que não será candidata em 2008. E terá de engolir um plano de ação que não contém uma mísera idéia de sua lavra. Lula disse a seus auxiliares que espera ter uma solução para a encrenca na Quarta-feira de Cinzas.

É bom mesmo que o presidente saiba o que fazer. O PT reúne sua Executiva Nacional no próximo dia 26 de fevereiro. Vai elaborar a lista de nomes que levará a Lula. Marta estará na relação? Ouça-se o que disse Ricardo Berzoini (SP), presidente do PT: “É evidente que sim. Marta é um nome muito forte, foi prefeita de São Paulo, fez uma boa gestão e está credenciada para participar de qualquer pasta. É um quadro nacional”.





Fonte: Folha Online

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