Em sessão especial, Senado dos EUA pode censurar Bush

O Senado americano realiza neste sábado uma rara sessão para decidir se vota uma resolução condenando a estratégia americana de enviar mais tropas para o Iraque.

A Câmara alta do Legislativo americano quer assim seguir o exemplo da Câmara dos Representantes, que na sexta-feira aprovou uma condenação à decisão do presidente George W. Bush de enviar cerca de 21,5 mil soldados adicionais ao Iraque.

Um correspondente da BBC em Washington disse, no entanto, que o Partido Republicano, do presidente Bush, deve conseguir evitar a votação no Senado.

Mas, segundo ele, o ato conseguirá demonstrar a batalha política que Bush tem de enfrentar no Congresso para obter fundos para a guerra.

Apesar de as duas medidas não serem obrigatórias para o governo, o presidente precisa do apoio do Legislativo para aprovar um fundo extra de US$ 93 bilhões para as tropas.

Oposição

A resolução contra Bush foi aprovada na Câmara dos Deputados com o apoio de 17 parlamentares do próprio partido oficial. O placar final foi de 246 votos a favor da resolução e 182 contra ela.

A resolução afirma que a Câmara "vai continuar apoiando e protegendo" soldados americanos no Iraque, mas que "desaprova" o envio de mais 21,5 mil soldados.

Durante o dia, parlamentares democratas, que se tornaram maioria nas duas casas do Congresso depois da eleição de novembro, deixaram claro que podem tentar tomar medidas mais duras para limitar as políticas de Bush.

Bush havia pedido na quinta-feira que o Congresso cumprisse sua promessa de apoiar os soldados do país.

"Nossos homens e mulheres em uniformes estão contando com seus líderes eleitos para darem o apoio que eles precisam para cumprir sua missão", disse. v "Republicanos e democratas tem responsabilidade em dar às nossas tropas os recursos que elas necessitam."

Na sexta-feira, Bush disse, após encontro com o primeiro-ministro Nouri Maliki, que o governo iraquiano estava progredindo no cumprimento das metas.