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Polícia Brasil
Sábado - 17 de Fevereiro de 2007 às 04:23
Por: Adilson Rosa

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Um empresário morador de Santo Antônio de Leverger será o primeiro cliente da rede de prostituição a ser indiciado no crime de submeter adolescente à exploração sexual. Em depoimento ao delegado Gérson Vinícius, uma garota de 15 anos relatou que o empresário pedia para ela agenciar adolescentes para “juízes” e “coronéis”. A adolescente acrescentou que o empresário usaria um avião dele para levá-las até uma pousada no Pantanal.

A garota explicou que não agenciou adolescente alguma, mas uma amiga dela teria atendido ao pedido do empresário. A garota detalhou ao delegado que fez dezenas de programas com o empresário e sempre recebendo R$ 90. O último ocorreu no dia 25 de janeiro. Eles se encontravam sempre em motéis. “Ele (o empresário) só queria menina nova, só queria filé. Se fosse feia, não era nem pra falar com ele”, completou a garota.

O delegado esclareceu que no caso dessa garota, o empresário começou a negociar direto com ela, deixando de fora a vendedora de roupas Antônia Elândia da Silva, o marido Douglas Campos Pereira e o moto-taxista Josenir Pereira dos Santos. Os três estão presos temporariamente sob acusação de submeter adolescente à exploração sexual, crime previsto no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, cuja pena vai de quatro a 10 anos de reclusão.

O empresário deverá ser interrogado nos próximos dias e indiciado. O delegado havia pedido a prisão preventiva dele tendo o parecer favorável do Ministério Público Estadual, mas a Justiça não acatou o pedido.

O empresário é um entre mais de uma dezena de clientes da vendedora de roupas, acusada de agenciar adolescentes para programas sexuais. A lista com os nomes foi apreendida na casa dela, no bairro Santa Isabel. “A lista é grande e vamos analisar nome por nome”, adiantou o delegado. “O empresário é muito rico. Foi através dele que chegamos à rede de prostituição”, assegurou o delegado. Conforme Pereira, investigando o empresário, os policiais da Delegacia do Complexo do Coxipó chegaram até os agenciadores.

Até agora, o delegado ouviu três adolescentes. Nos depoimentos, elas contaram que recebiam entre R$ 100 e R$ 120 pelos programas, mas ficavam apenas com parte do dinheiro. A outra ficava com o casal. Também contaram que atendiam pessoas de Cuiabá e do interior.

As meninas foram à delegacia acompanhadas de suas mães, que só tomaram conhecimento sobre o que a filhas faziam no momento em que policiais foram buscá-las em casa para os testemunhos, conforme o delegado. Todas, moradoras da periferia de Cuiabá, são vítimas no caso.




Fonte: Diário de Cuiabá

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