MT pode chegar a 2 milhões de suínos se investir em sanidade suídea

O grande potencial de Mato Grosso está no mercado que começa a se abrir para futuros investidores com atenção a sanidade suídea dos seus rebanhos. A afirmação, baseada em experiências, é do diretor de Mercado Interno da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Jurandi Soares Machado. Ele esteve em Cuiabá, a convite da Associação dos Criadores de Suínos, na segunda semana de fevereiro para reunião com instituições públicas e empresariais do setor do Estado.

O principal tema tratado se direcionou à problemática das questões sanitárias que devem ser adequadas no Estado. Neste caso, se forem implantadas adequadamente, a produção se especializará e elevará o Estado como grande concorrente no mercado nacional e internacional.

"Mato Grosso deve trabalhar esse diferencial: segurança alimentar. O Estado ainda é novo nesse setor e aparece no cenário suinícola para aumentar a concorrência. Para isso deve investir mais em infra-estrutura e em mão de obra especializada", afirmou.

Apesar estar entre os cincos maiores produtores de carne suína no país, Mato Grosso, estima o diretor, poderá crescer em média 5% anualmente. "Em razão dos investimentos feitos, do potencial do Estado e da especialização dos produtores vocês devem atingir mais de 2 milhões de animais/ano até o fim de 2007", anunciou Machado.

O diretor apresentou as experiências aplicadas no segmento da suinocultura de Santa Catarina, que hoje é o principal exportador e fornecedor de carne suína no Brasil. "A Abipecs irá contribuir com o setor de Mato Grosso, pois, além do mercado estar em expansão, nossos sócios, como a Sadia e a Perdigão, já estão investindo por aqui", endossou.

O resultado dessa reunião foi a formação do grupo de trabalho (GT) que irá delinear as necessidades de Mato Grosso para o desenvolvimento da suinocultura no estado. Entre as medidas propostas estão a criação do manual sanitário, adequações das questões ambientais e investimento em infra-estrutura.

"As informações do Jurandi foram de grande valia para o setor. Porém, temos que adequar a atividade à nossa realidade. As condições climáticas e ambientais de Mato Grosso são diferentes das de Santa Catarina", pontuou a responsável pelo Programa Estadual de Sanidade Suídea, Maristela Brito Vicente Correa. A primeira reunião do GT será no próximo dia 22.02 (quinta-feira), às 9 horas, na sede do Indea.

Participaram da reunião representantes da Acrismat; Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea); Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso (CRMV-MT); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato); Instituto Mato-grossensse de Economia Agrícola (Imea); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar- MT); Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder); Cooperativa de Trabalho dos Médicos Veterinários (Unimev); Sadia; Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer); Sociedade Mato-grossense de Medicina Veterinária (Somatovet); Agrosuínos; Frigorífico Agra; Integração das Cooperativas do Médio Norte Mato-grossense (Intercoop); e Prefeitura de Cuiabá.