Comer peixe na gravidez pode ajudar criança, diz estudo
Os resultados pode ajudar a contrapor os temores de que o consumo de peixe durante a gravidez oferece eventuais riscos de intoxicação para mulheres grávidas.
Os pesquisadores da Universidade de Bristol e do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos fizeram questionários a 11.875 mulheres grávidas sobre o consumo de peixe e frutos do mar.
Os cientistas acompanharam as habilidades sociais, de comunicação, de coordenação motora e o QI dos filhos e filhas dessas mulheres até a idade de oito anos.
Fatores sócio-econômicos também foram levados em conta além de informações sobre a dieta das mulheres.
Crianças de mães que consumiram menos de 340 gramas de peixe e frutos do mar por semana apresentaram um aumento de 48% no risco de acabarem no grupo de mais baixo desempenho em termos de inteligência verbal.
Um baixo consumo de peixe e frutos do mar durante a gravidez também foi associado ao aumento do risco de a criança apresentar índices baixos de comportamento e de desenvolvimento motor, de comunicação e sociabilidade.
Porções
Jean Golding, professora emérita de epidemiologia perinatal e pediatria na Universidade de Bristol e chefe do estudo, afirmou que as mulheres devem consumir pelo menos uma ou duas porções de peixe por semana, seguindo uma mistura de diferentes tipos de peixe.
Entre os que devem ser incluídos na dieta durante a gravidez estão os peixes mais gordurosos, a maior fonte de ômega-3, como salmões, sardinhas e cavalas.
"As descobertas que tínhamos feito antes se relacionavam a um período do começo da vida da criança então era possível que o efeito tivesse sido anulado. Mas aqui temos provas convincentes até a idade de sete ou oito anos", disse.
Robert Grimble, professor de nutrição da Universidade de Southampton, afirmou que o ômega-3 é muito importante para o desenvolvimento do cérebro e descartou o risco de problemas de desenvolvimento do feto associados com a intoxicação por mercúrio.
"A idéia de o peixe ser tóxico é antiga, mas este estudo parece afirmar que este é um problema menor comparado com os benefícios conseguidos pelo consumo de peixe", disse.
Pesquisas anteriores do grupo de estudos Avon Longitudinal Study Group mostraram que ácidos como o ômega-3, que estão presentes em peixes, estão associados com a melhora da função cerebral futura das crianças e das habilidades de comunicação.
Mas a equipe apenas analisou os efeitos até a idade de três ou quatro anos.
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