CTNBio espera audiência pública para decidir sobre transgênicos

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) termina hoje a primeira reunião deste ano. Já era esperado que a reunião, iniciada ontem, não apreciasse nenhum processo de liberação comercial de sementes transgênicas. A apreciação dos processos somente será retomada depois da realização de uma audiência pública, marcada para dia 20 de março, em Brasília, para discutir todas as sementes de milho geneticamente modificadas. Apesar de o edital já ter sido publicado, a data da audiência poderá ser alterada ainda hoje. Ambientalistas que integram a comissão argumentam que documentos discutidos na ocasião teriam de estar traduzidos. A maior parte dos estudos está em inglês.

Teoricamente, a audiência pública do dia 20 deveria girar em torno apenas de um milho, produzido pela Bayer. Por força de determinação judicial expedida ano passado, a CTNBio foi obrigada a realizar a audiência antes de realizar tal votação. Para aproveitar a audiência pública e evitar novas ações, a CTNBio decidiu colocar sob apreciação os sete processos de liberação comercial de milho que aguardam avaliação na comissão. Dois deles são resistentes ao glifosato; dois, a inseticida e os dois restantes, resistentes tanto a inseticidas quanto ao glifosato.

O formato da audiência pública, cujo edital está na página da CTNBio, foi criticado pelo Greenpeace. A coordenadora do Programa de Engenharia Genética da entidade, Gabriela Vuolo, disse ontem que um dia é muito pouco discutir tantos projetos. "Além disso, há um trâmite burocrático grande, o que certamente vai inibir a participação popular", afirmou. A audiência pública está marcada para ser realizada em Brasília, no Auditório Iterlegis, entre 8h e 18h.