Brasil e Bolívia fazem estimativas diferentes para o gás
Mais tarde, em entrevista no Ministério de Minas e Energia, o ministro Silas Rondeau questionou a estimativa de Villegas e destacou que o montante a mais que será pago pela Petrobras vai variar de acordo com o preço internacional dos componentes nobres do gás natural, como o etano, o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP, ou gás de cozinha, composto de propano e butano) e a gasolina natural.
O fato é que, apesar de a Petrobrás, na prática, passar a pagar mais pelo gás da Bolívia, o acordo entre os dois governos anunciado hoje não prevê um aumento no preço do milhão de BTU (atualmente em US$ 4,20). O acordo prevê que a Petrobras pagará um adicional pelos componentes mais nobres presentes no gás importado que excederem um piso energético de 8.900 quilocalorias (Kcal) por metro cúbico de gás bombeado ao Brasil. Dentro do que exceder esse piso, os dois países vão verificar quanto há de cada componente nobre e calcularão quanto a Petrobrás deverá pagar adicionalmente, considerando o preço internacional de cada um desses componentes mais nobres.
Por isso, na prática, o custo adicional que a Petrobras terá de pagar vai variar constantemente, em função de quanto da energia presente no gás exceder o piso de 8.900 Kcal por metro cúbico, em função do "mix" de componentes nobres presente nesta energia adicional e do preço desses itens no mercado internacional.
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