Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 15 de Fevereiro de 2007 às 16:42

    Imprimir


O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou nesta quinta-feira o envio de 3.200 soldados americanos adicionais para ajudarem as forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) a combaterem a ação de talebans no Afeganistão.

Em discurso, Bush disse que pediu ao Congresso americano mais US$ 11,8 bilhões para ajuda ao governo afegão do presidente Hamid Karzai nos próximos dois anos.

"Eu ordenei um aumento das forças americanas no Afeganistão. Nós estendemos a estadia de cerca de 3.000 soldados que já estão destacados no país e enviaremos mais tropas para dar apoio à Otan e ao presidente Karzai contra o inimigo comum [Taleban]", afirmou Bush.

"Nesta primavera, teremos uma nova ofensiva no Afeganistão, será uma ação da Otan", acrescentou Bush. Segundo ele, para que as forças da Otan tenham sucesso no Afeganistão, as nações-membros precisam fornecer os "soldados e equipamentos" que forem necessários.

De acordo com Bush, os aliados da Otan devem ajudar a driblar as "falhas na segurança" no país e suspender as restrições impostas às suas tropas, para que os comandantes da Otan tenham a "flexibilidade" exigida para derrotar o "inimigo" onde quer que ele esteja.

A Otan, os EUA e comandantes Taleban já haviam alertado para o aumento nos confrontos após o final do rigoroso inverno do país. O ano de 2006 foi o mais violento no Afeganistão desde a invasão das forças de coalizão lideradas pelos EUA, em 2001.

A decisão de enviar mais tropas ao Afeganistão foi anunciada por Bush ao mesmo tempo em que os EUA enviam 21.500 soldados extras ao Iraque, decisão bastante criticada pelo Congresso americano liderado pelos democratas, assim como por legisladores republicanos.

Tropas britânicas

Nesta quarta-feira, o premiê do Reino Unido, Tony Blair, afirmou que as tropas do Reino Unido continuarão no Afeganistão "até o trabalho ser concluído", enquanto defendeu o aumento da segurança na fronteira com o Paquistão.

Em entrevista coletiva ao lado do presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, após a reunião mantida pelos dois na residência oficial de Blair, o líder trabalhista britânico destacou o "extraordinário progresso" conseguido no país asiático nos últimos anos.

No entanto, reconheceu os "difíceis desafios" que as autoridades do país afegão ainda tem que enfrentar, pois aumentaram os confrontos com os talebans nas últimas semanas. "Ainda temos que enfrentar a tentativa dos inimigos do progresso no Afeganistão de tentar empurrar o país de volta ao passado. Não devemos permitir que [o país] retroceda", declarou Blair.

O Reino Unido vai aumentar a presença militar no Afeganistão com o envio de mais 800 soldados para o país, que se unirão aos 5.500 militares britânicos já posicionados.

Os reforços irão para a Província de Helmand (sul), área que abriga grande parte das tropas britânicas, e de onde operam talebans, supostos membros da rede terrorista Al Qaeda e traficantes de drogas.

Iraque

Em seu discurso de ontem, Bush pediu ao Congresso que aprove o orçamento militar extra para dar continuidade às operações no Iraque. Os 21.500 soldados adicionais vão se juntar aos 132 mil já presentes no país, totalizando 153.500 efetivos.

A guerra já custou aos EUA, além do desgastes políticos, mais de US$ 400 bilhões. A força extra custará mais US$ 5,6 bilhões.

A guerra do Iraque é um dos principais embates entre Bush e o Congresso --dominado pela primeira vez em 12 anos pelo Partido Democrata. A líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acusar o governo de "brincar de política" com as vidas dos soldados.

Desde o início do conflito, em março de 2003, os EUA já perderam mais de 3.100 soldados, o que acirrou a rejeição popular à forma como o presidente americano conduz as operações militares no Iraque. No lado iraquiano, dezenas de milhares de pessoas perderam a vida.





Fonte: Folha Online

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/241752/visualizar/