Bolívia consegue obter do Brasil um reajuste de 285% no preço do gás natural enviado a Cuiabá
Segundo informação do Ministério de Minas e Energia, o reajuste passa a valer a partir de meados de abril. O gás da empresa Pantanal Energia representa pouco mais de 10% dos cerca de 26 milhões de metros cúbicos que a Petrobras compra através do Gasoduto Brasil-Bolívia. Evo Morales também tenta elevar o preço do valor pago pela Petrobras. Os bolivianos usam o contrato de US$ 5 fechado com a Argentina como padrão de negociação.
O ministro boliviano de hidrocarbonetos, Carlos Villegas, citado pela Agência Boliviana de Informações, afirmou que o aumento representa um acréscimo de receita de pouco menos de R$ 45 milhões. "Com o aumento do preço do gás, o país terá uma receita adicional de US$ 44,8 milhões", disse Villegas. v O ministro Celso Amorim, das Relações Exteriores, já havia afirmado que considerava o valor de US$ 1,09 injusto e desatualizado. Os bolivianos fizeram pressão sobre o governo brasileiro para que o reajuste fosse para US$ 5, o mesmo valor pago pela Argentina. "O valor está desatualizado. Ele é injusto e está sendo corrigido", afirmou ele mais cedo nesta quarta-feira.
A termelétrica Pantanal Energia, controlada pela Shell, tem um contrato com a empresa boliviana Andina até 2019 para compra contratual de 2,8 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Há ainda um acordo com Furnas, que vence em 12 anos.
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