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Nacional
Quinta - 15 de Fevereiro de 2007 às 13:02

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manterá a visita oficial ao presidente George W. Bush, em Washington, no próximo dia 31 de março, apesar do inesperado anúncio da Casa Branca de que o líder americano desembarcará em Brasília para encontro bilateral 23 dias antes. A sucessão de encontros em tão curto período dará ao governo Lula a oportunidade de intensificar um relacionamento mantido em temperatura morna nos últimos quatro anos.

Para diplomatas que acompanham a relação bilateral, a confirmação da visita de Lula a Bush assinala a ansiedade do governo brasileiro em diferenciar-se da administração de Hugo Chávez na Venezuela. A visita ao americano estava programada desde o início do segundo semestre do ano passado para o primeiro quadrimestre deste ano. Em princípio, o presidente brasileiro pretendia reeditar o 'encontro de governos' que realizou em junho de 2003.

Naquela ocasião, Lula carregou consigo um terço de seu ministério para reuniões com seus homólogos americanos. Mas os que conseguiram aprofundar a cooperação, do lado brasileiro, foram Fazenda e Minas e Energia. Para o dia 31 de março, Lula pretende repetir esse mesmo formato e carregar boa parte do novo ministério.

Ao manter sua visita a Washington, Lula também dá sinal claro de que pretende destacar-se, tanto para a Casa Branca como para os candidatos à sucessão de Bush, como o interlocutor confiável para a solução dos dilemas sul-americanos.

Entretanto, correrá o risco de ver seu gesto interpretado como sua concordância em ingressar no time de nações anti-chavistas - o grupo que Bush pretende formar com os cinco países da América Latina que visitará e com Peru e Chile.

Bandeiras

Na última semana, quando a Casa Branca anunciou o roteiro de Bush pelo Brasil, Uruguai, Colômbia, Guatemala e México, entre os dias 8 e 14 de março, o Itamaraty e o Palácio do Planalto cogitaram transferir a ida a Washington para o segundo semestre. Para alguns diplomatas, esse adiamento faria sentido porque é Bush quem precisa romper seu isolamento no plano internacional e expor bandeiras que possam amenizar, para o público americano, a imagem de 'presidente da Guerra do Iraque' e seu confronto com o Congresso nos dois anos que lhe restam na Casa Branca.

Essas bandeiras são justamente o novo foco da política externa dos EUA na América Latina, esquecida ao longo dos dois mandatos de Bush, e o projeto de conversão dos biocombustíveis - a menina dos olhos de Lula - em commodities internacionais. Tais bandeiras trouxeram ao Brasil, na semana passada, o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, Nicholas Burns, e o subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, que iniciaram os preparativos da vinda do presidente americano.

A última visita de Bush ao Brasil foi em novembro de 2005, um dia depois de Chávez e Kirchner terem comemorado o enterro da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), na Cúpula das Américas.

Na ocasião, o presidente Lula recebeu Bush e sua mulher, Laura, para um churrasco na Granja do Torto.





Fonte: AE

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