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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 15 de Fevereiro de 2007 às 07:34
Por: Juliana Scardua

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Os governos do Brasil e Bolívia fecharam ontem o reajuste do gás natural pago pela Empresa Pantanal Energia (EPE), controladora da termelétrica de Cuiabá, de US$ 1,19 por milhão de BTU (MBTU) para US$ 4,20, alta de 253%. O anúncio foi feito ontem pelo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, em nota na Agência Boliviana de Notícias. A previsão é que o acordo resulte no incremento de US$ 44,860 milhões ao ano nos cofres da Bolívia. Em contrapartida, o presidente da EPE, Carlos Baldi, declara que a paralisação ou até mesmo a debandada da usina para outro local são cogitadas ante o impacto no caixa, caso a companhia tenha que arcar com esse aumento.

O novo preço, segundo o próprio Ministério de Minas e Energia, passa a valer em abril. O valor de US$ 4,20 por MBTU se aproxima dos US$ 4,36 pagos pela Petrobras e da cotação de US$ 5 por MBTU praticada junto à Argentina. O aumento também foi confirmado ontem pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Em meio à extensa agenda de negociações que se estendeu até a noite, o chanceler brasileiro ainda endossou o discurso sustentado por Morales de que a cotação do insumo à EPE é subsidiado, ao taxar o valor de "totalmente desatualizado e totalmente injusto".

Ao demonstrar-se surpreso com as informações veiculadas pela imprensa de que o governo brasileiro aceita elevar os preços do gás, o presidente da EPE declara que isso é o sinal de que o país está disposto a "pagar a conta". "Se o governo realmente está aceitando o reajuste é sinal de que está ciente de que o aumento do custo operacional terá que ser repassado. O que é preciso saber agora é o que é mais caro para o consumidor: faltar energia ou pagar um pouco mais por ela", alfineta Carlos Baldi.

Evo Morales chegou ao Palácio do Planalto na manhã de ontem acompanhado do Ministro de Hidrocarbonetos e Energia, Carlos Villegas, e do chanceler boliviano David Choquehuanca. A primeira reunião com o presidente Lula durou cerca de 1h30, com a participação de Celso Amorim e do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, contrariando a posição mantida no início da semana pelo Itamaraty de que o preço do gás ficaria de fora da agenda.

O atraso na chegada da comitiva boliviana ao Brasil e as negociações fizeram com que o protocolo oficial fosse quebrado, com demora de até 5 hora na programação inicial.




Fonte: A Gazeta

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