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Agricultores preparam novo movimento em MT
Produtores de soja da região Norte e Médio-Norte de Mato Grosso se reúnem no próximo sábado às 9 horas no Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde para unificar o discurso de renegociação das dívidas prorrogadas e refinanciadas com o Banco do Brasil de R$ 1,6 bilhão e o pagamento de R$ 800 milhões referente ao custeio agrícola e investimentos da safra 2006/2007. Os agricultores cogitam deflagrar um novo movimento chamado "Alerta do Ipiranga" ou "Desespero do Ipiranga", ao referenciar o Grito do Ipiranga, desencadeado em abril do ano passado para exigir mudança na política cambial e redução no preço do óleo diesel.
O não pagamento das dívidas renegociadas junto ao Banco do Brasil (BB) e com as multinacionais foi antecipado por A Gazeta na edição do dia 04 de fevereiro. O motivo do não pagamento é a supervalorização do real frente ao dólar, resultando na descapitalização do produtor. Mas com o excesso de chuvas comprometendo a produção nos principais pólos de soja no Norte e Médio-Norte, até mesmo os débitos contraídos para o plantio desta safra poderão não ser quitados.
O primeiro-secretário da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Valdir Corrêa da Silva, afirma que não há como os produtores honrarem os compromissos com o dólar a R$ 2,08 e as chuvas prejudicando a colheita. "São gastos em torno de R$ 1 mil a cada 1 hectare plantado. Com a produtividade de 50 sacas, em tese o agricultor lucraria entre R$ 20 e R$ 30 por hectare e com esse ganho pagaria as dívidas, contudo com as chuvas e o câmbio desfavoráveis, o produtor colhe 40 sacas por hectare e vende a saca de 60 kg por R$ 21".
Além do pagamento das dívidas com o banco, o produtor gasta com investimentos em maquinários, contraindo empréstimos com parcelamentos que incluem juros de 12% ao ano. "Está mais caro pagar pelas máquinas usadas do que se comprar novas".
A maior parte da perda de produtividade e produção da soja é sentida por pequenos sojicultores do municípios de Ipiranga do Norte e adjacências, onde a área individual oscila de 150 a 300 hectares. Como o plantio dura 2 dias, a soja chega ao ponto de colher mais rápido, mas as chuvas diárias não permitem a retirada do grão. A perda no município chega a 66 mil toneladas, segundo estimativa do presidente do Sindicato Rural de Ipiranga do Norte, Milton Mafra. Calculando a saca de 60 kg a R$ 21,85, a perda bruta é de R$ 24,035 milhões. A expectativa é de produção de 660 mil toneladas, mas até o momento apenas 20% foram colhidos e, deste percentual, 50% foram perdidos com as precipitações.
O presidente da Famato e deputado federal, Homero Pereira, que assumiu ontem a vaga titular na Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados, afirma que vai comparecer na reunião. "Pelo Manual do Produtor Rural, as mudanças climáticas automaticamente prorrogam as dívidas. O excesso de chuvas não é culpa do produtor".
O não pagamento das dívidas renegociadas junto ao Banco do Brasil (BB) e com as multinacionais foi antecipado por A Gazeta na edição do dia 04 de fevereiro. O motivo do não pagamento é a supervalorização do real frente ao dólar, resultando na descapitalização do produtor. Mas com o excesso de chuvas comprometendo a produção nos principais pólos de soja no Norte e Médio-Norte, até mesmo os débitos contraídos para o plantio desta safra poderão não ser quitados.
O primeiro-secretário da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Valdir Corrêa da Silva, afirma que não há como os produtores honrarem os compromissos com o dólar a R$ 2,08 e as chuvas prejudicando a colheita. "São gastos em torno de R$ 1 mil a cada 1 hectare plantado. Com a produtividade de 50 sacas, em tese o agricultor lucraria entre R$ 20 e R$ 30 por hectare e com esse ganho pagaria as dívidas, contudo com as chuvas e o câmbio desfavoráveis, o produtor colhe 40 sacas por hectare e vende a saca de 60 kg por R$ 21".
Além do pagamento das dívidas com o banco, o produtor gasta com investimentos em maquinários, contraindo empréstimos com parcelamentos que incluem juros de 12% ao ano. "Está mais caro pagar pelas máquinas usadas do que se comprar novas".
A maior parte da perda de produtividade e produção da soja é sentida por pequenos sojicultores do municípios de Ipiranga do Norte e adjacências, onde a área individual oscila de 150 a 300 hectares. Como o plantio dura 2 dias, a soja chega ao ponto de colher mais rápido, mas as chuvas diárias não permitem a retirada do grão. A perda no município chega a 66 mil toneladas, segundo estimativa do presidente do Sindicato Rural de Ipiranga do Norte, Milton Mafra. Calculando a saca de 60 kg a R$ 21,85, a perda bruta é de R$ 24,035 milhões. A expectativa é de produção de 660 mil toneladas, mas até o momento apenas 20% foram colhidos e, deste percentual, 50% foram perdidos com as precipitações.
O presidente da Famato e deputado federal, Homero Pereira, que assumiu ontem a vaga titular na Comissão da Agricultura da Câmara dos Deputados, afirma que vai comparecer na reunião. "Pelo Manual do Produtor Rural, as mudanças climáticas automaticamente prorrogam as dívidas. O excesso de chuvas não é culpa do produtor".
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/241937/visualizar/
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