Produtores rurais de MT podem iniciar movimento no final de semana

Produtores rurais de Mato Grosso prometem deflagrar movimento no sábado reivindicando a renegociação das dívidas agrícolas. O motivo é o excesso de chuva no estado, no período da colheita de soja e de milho, que já causaram prejuízos de 20% nas lavouras das regiões norte e médio norte do Estado. Os prejuízos, segundo estimativa, podem chegar até 50%.

No sábado (17), as 9h, sindicatos rurais e produtores se reunirão no município de Lucas do Rio Verde (330 quilômetro de Cuiabá) para tratar do assunto. De acordo com diretor secretário da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Valdir Correa, o objetivo é alertar os governos Estadual e Federal para a gravidade da situação.

Diante deste quadro, as lideranças ruralistas afirmam que os produtores rurais não terão como pagar as dívidas agrícolas, inclusive às de custeio que totalizam R$ 800 milhões captados junto ao Banco do Brasil. O índice de 20% do débito de safras anteriores, já repactuado, ou seja, o R$ 1,8 bilhão parcelado, em 5 anos, também pretende ser renegociado pelos produtores. A previsão é de que o mesmo aconteça com os débitos junto as tradings.

Mobilizados, os produtores pretendem elaborar uma proposta de renegociação a ser apresentada ao governo. Eles também irão expor a realidade do setor aos representantes do estado e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) convocados para a reunião.

Prejuízos - Em Ipiranga do Norte (397 quilômetros da capital), a prefeitura já decretou estado de emergência no município. Formado principalmente por pequenos produtores, o setor amarga perdas irreparáveis já que, em muitas propriedades, 100% da lavoura não pode ser colhida por causa das chuvas.

Em Lucas do Rio Verde, cerca de 90% da soja está pronta para colher, mas grande parte está se perdendo na lavoura. Em algumas plantações, cerca de 20% da oleaginosa já está comprometida.

No município de Sorriso (400 quilômetro de Cuiabá), maior produtor nacional de soja, o presidente do sindicato rural Nelson Picolli, estima que em algumas lavouras as perdas poderão chegar a 50%.

Em Sinop,(500 quilômetros da Capital), 25% da área plantada já foram colhidos e a perda registrada ultrapassa os 20% da lavoura, de acordo expectativas do sindicato rural. "A situação dos produtores que já era dramática, agora é caótica", afirmou o presidente da entidade n município, Antônio Galvan.