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Nacional
Quarta - 14 de Fevereiro de 2007 às 12:32

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As revelações sobre as obras da futura estação do Metrô Fradique Coutinho, da Linha 4-Amarela, divulgadas ontem no Jornal Nacional, não devem fazer com que as obras sejam suspensas. É o que informou hoje, em entrevista à Agência Estado, o presidente do Metrô, Luiz Carlos David, negando a informação divulgada pela Rádio Jovem Pan de que as escavações seriam suspensas. "As obras continuam, não há suspensão das atividades. O que vai haver é uma coletiva de imprensa do Consórcio Via Amarela, ainda hoje, para explicar o que está acontecendo e como se dará o andamento das obras daqui pra frente", afirmou.

Para o presidente do Metrô, o Consórcio deve repassar, à imprensa e à população, documentos que comprovem a segurança das obras. E espera que façam esta divulgação ainda hoje. "Exigimos que o Consórcio Via Amarela dê explicações sobre o que será feito, diante do que foi apontado no laudo divulgado ontem, e mostrem laudos e documentos sobre a Estação Fradique Coutinho", ressaltou. "Eles estão se reunindo neste momento, e devem estar preparando os documentos para apresentarem à imprensa", acrescentou.

Procurado pela reportagem, a assessoria de imprensa do Consórcio Via Amarela não confirmou que seria feito uma coletiva ainda hoje, como o presidente do Metrô afirmou que aconteceria. O Consórcio Via Amarela é integrado pelas empreiteiras Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez.

Segundo ele, o laudo elaborado pela Tecnoplani Inspeções, divulgado em rede nacional ontem à noite, não era do conhecimento do Metrô, nem da Secretaria de Transportes Metropolitanos. "Esse laudo não era de nosso conhecimento, e assim que tivemos acesso a ele nos dirigimos a estação. E verificamos, por meio de monitoramento, percorrendo a obra, que a estrutura em si não apresenta risco, está estável. A percepção da falha não conduzem ao raciocínio de paralisação da obra", declarou.

Apesar de assegurar que, até o momento, não há razão para suspensão das obras, David informou que, como o laudo apresentou falhas nas soldas, o Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, deverá refazer a soldagem. Segundo ele, será exigido do Consórcio o cronograma para que saiba quando e em quanto tempo o trabalho será feito. "Isso terá que ser feito com a maior transparência", acentuou.

O laudo apontou problemas na estrutura metálica que sustenta as paredes da futura Estação Fradique Coutinho. Entre as falhas diagnosticadas está o uso de "bacalhau" (preenchimento de espaço entre as vigas com pedaços de metal e solda).

O presidente do Metrô, que esteve na Estação Fradique Coutinho ainda ontem e nesta manhã, frisou, ainda, que a fiscalização das obras tem sido realizada permanentemente. "A fiscalização é constante, temos um engenheiro permanentemente nas obras", afirmou.

Cratera do Metrô

Diante do recente acidente nas obras da futura Estação Pinheiros do Metrô, ocorrido em 12 de janeiro, também da Linha 4-Amarela, que vitimou fatalmente sete pessoas, o presidente do Metrô admite que as cobranças ao Consórcio Via Amarela, com relação à explicações e andamento das obras, se tornam obrigatoriamente maior. "Ainda estamos traumatizados com o que ocorreu na Estação Pinheiros e exigimos que o Consórcio faça uma divulgação ampla do que será feito", disse.

Com relação à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), protocolada ontem pelo PT na Assembléia Legislativa de São Paulo, com objetivo de investigar as causas do acidente nas obras da Estação Pinheiros, o presidente do Metrô recuou. "Não vou entrar no mérito da CPI. O que tenho a dizer é que os primeiros a quererem saber as causas deste acidente, além da população, é o próprio Metrô", sustentou. E emendou: "De imediato contratamos o renomado Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), a pedido do Serra (governador paulista) e do (José Luiz) Portella secretário estadual de Transportes Metropolitanos, para que apurassem as causas deste acidente. Qualquer afirmação sobre isso agora é leviana."

Segundo David, não falta fiscalização para o acompanhamento deste laudo. "O Instituto de Criminalística está acompanhando, procuradores do Ministério Público e a Procuradoria do Estado. O Metrô encaminhou todos os documentos solicitados pelos procuradores. O que não está faltando é fiscalização para descobrir as causas deste acidente", relatou.





Fonte: AE

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