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Cidades/Geral
Sexta - 29 de Março de 2013 às 13:19
Por: GUSTAVO NASCIMENTO

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Mato Grosso é responsável por 78% do desmatamento da Amazônia. Os dados são do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), na tarde de ontem. Nos últimos seis meses a Amazônia Legal registrou um aumento da devastação de 26,6% no intervalo entre 1º de agosto de 2012 e 28 fevereiro de 2013, em comparação com o mesmo período anterior. 

Entre novembro de 2012 e fevereiro de 2013, o estado de Mato Grosso foi quem mais desmatou na Amazônia. As áreas de alerta de desmatamento e degradação somaram 319,83 km², representando mais de 50% do desmatamento registrado em toda a Amazônia, que apresentou 615,4 km² de áreas desmatadas. Os dados incluem a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta. 

Os números são ainda mais alarmantes se forem levados em consideração que entre novembro e abril é época de chuvas na Amazônia e a observação por satélites se torna mais difícil devido à intensidade de nuvens que cobrem a região. 

De acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Luciano de Menezes Evaristo, em entrevista para Agencia Brasil, o índice ainda não comprova o aumento de desmatamento na região. 

“Não se pode dizer que com o aumento de alertas houve o aumento de desmatamento. Isso porque o Deter, que tem um componente de degradação florestal que pode se tornar ou não em desmatamento. Temos que aguardar o período Prodes [Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia] em julho para ser definido se aquela degradação foi realmente corte raso [desmatamento]”, afirmou. 

Segundo a Organização Não Governamental Instituto Centro de Vida (ICV), os números não surpreendem, mas apenas confirmam os dados divulgados pelo Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD) divulgados pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A ONG apontou que a provável causa do aumento são os indicativos de políticas públicas aprovados de maneira precipitada no ano passado, como o Código Florestal. 

Prodes - O último balanço anual de desmatamento divulgado pelo Inpe apontou que 4.656 km² da Amazônia haviam sido destruídos entre agosto de 2011 e julho de 2012. A área, calculada pelo sistema Prodes, equivale a mais de três vezes o tamanho da cidade de São Paulo. O Prodes consolida dados coletados ao longo de um ano por satélites, capazes de detectar regiões desmatadas a partir de 6,25 hectares. São contabilizadas apenas áreas há remoção completa da cobertura florestal. 





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