PF isenta Manaus de responsabilidade no acidente com vôo 1907
O delegado Renato Sayão, que investiga o caso, disse que não houve falha do Cindacta-4 (centro de controle de tráfego aéreo de Manaus) no episódio. Isso porque, segundo ele, o jato Legacy ficou sob controle de Manaus apenas por dois minutos até o acidente, e os controladores nada poderiam fazer para evitar a colisão.
Sayão disse que as falhas foram dos pilotos do jato Legacy e dos controladores do Cindacta-1, de Brasília. "Os pilotos do Legacy realmente falharam, não podemos voltar atrás. De fato o jato estava a 37 mil pés [de altitude, a mesma do Boeing], mas infelizmente o Cindacta-4 não sabia, a transferência feita pelo controle aéreo [de Brasília] informou 36 mil pés. Ocorreu falha do controle de Brasília também. Manaus já recebeu uma bomba com um pavio para estourar", disse Sayão.
A PF ouviu hoje, em Manaus, três sargentos da Aeronáutica --entre eles o controlador que estava operando o tráfego aéreo no dia do acidente-- e o comandante do Cindacta-4, coronel Eduardo Carcavalo.
O delegado disse que, em depoimento, o controlador do Cindacta-4 afirmou que o Cindacta-1 (sediado em Brasília) passou a altitude errada do Legacy --36 mil pés-- ao transferir o controle do jato. O Boeing da Gol e o Legacy voavam a 37 mil pés.
O acidente com o Boeing 1907 da Gol foi no dia 29 de setembro. Os 154 ocupantes do Gol morreram. A aeronave saiu de Manaus e seguia para Brasília quando colidiu com o jato Legacy na Serra do Cachimbo, em Mato Grosso.
Sayão disse que os depoimentos foram a última fase de diligências do inquérito, mas que precisará de pelo menos mais 60 dias para concluir as investigações.
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