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Agronegócios
Quarta - 14 de Fevereiro de 2007 às 06:09
Por: Marcondes Maciel

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Em plena época de colheita da soja, os produtores voltam a ter pesadelos com as dívidas contraídas junto aos fornecedores de insumos. Muitos conseguiram antecipar as vendas ou trocaram soja verde com as indústrias e revendas. Mas aqueles que não fizeram estas operações estão sem condições de amortizar as parcelas da renegociação.

Sem outra fonte para buscar os recursos, os produtores aguardam ainda para este mês o anúncio de medidas de readequação das linhas do FAT (Fundo de Amparo do Trabalhador) que serão usadas pelo governo para socorrer o setor.

“As dívidas de custeio referentes à safras 2004/05 e 2005/06, no montante de aproximadamente R$ 2 bilhões, já foram renegociadas com o Banco do Brasil, mas as operações de investimentos vão começar a vencer. Os produtores estão apreensivos”, exclama o diretor administrativo da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Ricardo Tomcyzk.

“O grande problema é que os produtores não terão margem de lucro suficiente para pagar as renegociações. O que eles gastaram nesta safra poderá ser pago porque os preços melhoraram. Mas as parcelas da renegociação e dos investimentos é que terão problemas para serem amortizadas”, frisou Tomcyzk.

Segundo ele, já existe um consenso de que mesmo com a melhora dos preços, os produtores terão dificuldades este ano para administrar as dívidas renegociadas. v “O problema está no câmbio. O que subiu em dólar, na Bolsa de Chicago, o câmbio consumiu. Acredito que se não tivermos surpresas nesta colheita, será possível ao produtor fazer frente somente ao que foi gasto nesta safra”, asseverou.

O diretor da Aprosoja informou que na região Norte do Estado já foram colhidos mais de 50% de toda a produção de soja. “No Sul, estimamos que tenham sido colhidos apenas 10%, pois as lavouras foram plantadas mais tarde”, frisou Tomcyzk.

COMERCIALIZAÇÃO – O diretor da Aprosoja contou que 60% da safra já tinham sido comercializados antecipadamente.

“Os produtores não estão aproveitando a alta de Chicago, pois a maioria já negociou a sua soja”.

A oleaginosa foi vendida, em média, ao preço de US$ 9,5. “Com o dólar a R$ 2,10, o preço médio alcançado pelos produtores foi de R$ 22. No ano passado a cotação estava do mesmo jeito, mas o dólar estava melhor (R$ 2,30). Os produtores estão ganhando de um lado e perdendo do outro”, compara Tomcyzk.

Em Mato Grosso, a cotação dos preços da soja apresenta variação de US$ 11 (região Norte) e US$ 13 (Sul). “Quem deixou para vender depois, vai ganhar. Mas são pouquíssimos os produtores que não anteciparam as vendas”. v De acordo com Tomcyzk, quando o preço começou a reagir, mais da metade da safra já estava comercializada. Talvez não tenhamos mais que 35% sem estarem comercializados”, disse ele.




Fonte: Diário de Cuiabá

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