Empresário preso por fraudes na Saúde é transferido
Em nota, a Polícia Federal informou que Marcelo Pitta intermediou a participação de laboratórios estrangeiros em licitações públicas, "corrompendo servidores do Ministério da Saúde para vencer concorrências" na compra de medicamentos e hemoderivados. Além disso, os investigadores apuraram que Pitta enviava o produto dos crimes para empresas criadas nos Estados Unidos, no Panamá e na Suíça.
Ao cumprir dois mandados de busca e apreensão, na última sexta-feira (9), os policiais apreenderam documentos que indicam a aplicação dos valores obtidos com as fraudes em contas bancárias em nome da empresa de fachada Rio Doce Empreendimentos e Participações, em uma agência do Banco UBS SA, no bairro do Itaim Bibi, na capital paulista. A empresa fantasma, aberta em nome da mãe e do irmão de Pitta, visava à internação de parte dos valores recolhidos por meio ilícito e que estavam no exterior.
Por ordem da Vara Especializada em Crimes Financeiros e Lavagem de Capitais, da Justiça Federal de São Paulo, foram bloqueados cerca de R$ 8,6 milhões que estavam aplicados na conta investimento em nome dessa empresa.
Segundo a nota da Polícia Federal, Marcelo Pitta foi denunciado duas vezes à Justiça, em 2004. Em uma denúncia, feita no Distrito Federal, o preso foi apontado como integrante da Operação Vampiro. Tanto neste caso quanto na denúncia feita à 5a Vara Criminal Federal de São Paulo, Pitta é acusado de prática de fraude em licitações do Ministério da Saúde para a compra de medicamentos e hemoderivados.
A Operação Vampiro foi deflagrada em 19 de maio de 2004 e levou ao indiciamento de pelo menos 42 pessoas entre empresários, lobistas e servidores públicos. Foram abertos 15 inquéritos, e o caso tramita na Justiça. De acordo com a Polícia Federal, as fraudes causaram prejuízo financeiro estimado em R$ 120 milhões ao Ministério da Saúde.
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