Mercado perde 133 mil domésticos em um ano
O contingente de trabalhadores domésticos diminuiu em 133 mil nos últimos 12 meses --25 mil apenas em fevereiro--, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (28).
Com menos trabalhadores domésticos, o salário da categoria foi o que mais se valorizou em 12 meses (7%), mas ainda é o menor valor entre os salários oferecidos na indústria, na construção, no comércio, nos serviços, na educação, na saúde e na administração pública (R$ 768,70), segundo a PME (Pesquisa Mensal de Emprego).
Cimar Azeredo, técnico do IBGE, diz que a redução não é reflexo das mudanças proporcionada pela PEC (Proposta de Emenda à Constituição) à categoria. "É uma tendência que vem desde o ano passado, proporcionada pelo aumento da escolaridade e mais opções de emprego e renda melhor."
Apesar disso, Azeredo afirmou que o instituto ficará atento às possíveis mudanças na categoria. "Se houver uma redução mais significativa do número de empregados domésticos, a PEC poderá ter gerado efeito --inclusive com mais pessoas trabalhando como diarista ao invés de mensalista, por exemplo."
PEC DOS DOMÉSTICOS
O técnico do IBGE se refere à PEC 478/10, aprovada na terça-feira no Senado, que vai estender aos funcionários do lar --empregadas, cozinheiros, jardineiros, motoristas, cuidadores de idosos, babá etc.-- o recebimento de 40% do saldo do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em caso de demissão sem justa causa, seguro-desemprego, adicional noturno, horas extras, salário-família e outros direitos trabalhistas.
Após a aprovação em dois turnos na Câmara dos Deputados e no Senado, ela será promulgada provavelmente na semana que vem.
RENDIMENTO
Enquanto o rendimento real dos empregados domésticos subiu 7% nos ultimos 12 meses até fevereiro, para R$ 768,70, o salário médio dos trabalhadores aumentou 2,4%, para R$ 1.849,50, na mesma comparação.
Mesmo assim, o salário médio de um funcionário do lar é quase 60% inferior ao da média de todos os trabalhadores, segundo o IBGE.
DESEMPREGO
Os dados da PME divulgados hoje pela manhã mostraram que a taxa de desemprego ficou em 5,6% em fevereiro, alta de 0,2 ponto percentual na comparação com janeiro, mas o menor índice para o mês desde 2003.
Segundo a pesquisa, houve incremento de 100 mil pessoas desocupadas no país no mês passado, variação considerada estável pelo instituto de pesquisa.
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