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Terça - 13 de Fevereiro de 2007 às 10:29

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Empresários da Maubisa Consultoria, Parceria e Negócios e o Grupo Farias, juntamente com com o vice-presidente da Famato - Federação da Agricultura e pecuária de Mato Grosso e presidente da Cia Terra – Companhia de Investimento Agrícola de Tangará da Serra, Normando Corral, estiveram na semana passada reunidos com o governador Blairo Maggi para tratar de futuros investimentos no setor sucroalcooleiro de Mato Grosso na região de Tangará da Serra.

Os investidores pretendem construir uma usina de álcool na região de Tangará da Serra, onde os agricultores da Cia Terra (sociedade anônima de 50 produtores rurais) já são fornecedores de matéria-prima (cana-de-açúcar) para a indústria. Durante a reunião o presidente da Maubisa, Maurílio Biaggi Filho explicou os planos de investir no setor sucroalcooleiro do Estado. Corral, com o aval do presidente da entidade, deputado federal, Homero Pereira e como presidente da Cia Terra intermediou pessoalmente as negociações dos empresários com o governo.

O presidente da Maubisa aproveitou o encontro com o chefe do Executivo Estadual para se inteirar da legislação ambiental e da tributação aplicada no Estado e ficou satisfeito com o que ouviu. “Nós viemos aqui para conversar com o governador sobre as questões de meio-ambiente e tributária e estamos saindo daqui entusiasmados com o que ouvimos dele”, afirmou. Ele ressaltou que Mato Grosso oferece condições de segurança e acelera o investimento ao disponibilizar um representante do governo para acompanhar todo o processo.

De acordo com Maurílio Biaggi, os próximos passos serão a efetivação da sociedade entre as empresas Maubisa, o Grupo Farias e os produtores locais para, em seguida, encaminhar o projeto para a aprovação da Secretaria de Meio Ambiente e o projeto para a viabilização do financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA). O grupo também vai utilizar recursos próprios. O empresário disse que pelo menos R$ 150 milhões serão investidos na parte industrial. Para a produção, estima-se um investimento de no mínimo R$ 100 milhões.

BIOCOMBUSTÍVEL - Para Normando Corral, Mato Grosso vem aumentando o potencial de produção de biocombustível, fator que tem atraído a atenção de investidores para o setor. “Mato Grosso começa a ter potencial para produzir combustíveis de energias renováveis, não só o álcool, mas também o biodiesel”, afirma, ressaltando ainda que esses investimentos só tendem a crescer na região, levando-se em consideração o domínio da tecnologia, o clima favorável, entre outros fatores.

Corral afirmou ainda que a vinda dos empresários à capital mato-grossense e o encontro com o governador Blairo Maggi e entidades representativas tem como principal objetivo identificar as condições logísticas do Estado e conhecer as políticas do governo estadual para o setor.

“Estamos longe dos centros consumidores e também dos portos exportadores e, lógico, todo investidor quer saber quais são os projetos do Estado”, mostrando com isso a vontade política de investimento para o Estado.

Para Tangará da Serra o investimento na indústria para a região, que há meses já vem sendo negociada, trará benefícios como o aumento do número de empregos diretos e indiretos, aproximadamente três mil, investimentos em novos postos de trabalho, a diversificação da produção e aumento na arrecadação do município. “Até junho teremos a resposta dos empresários e após isso será a escolha do local e contratação”, finaliza Corral.

Das empresas investidoras, a Maubisa tem sede em Ribeirão Preto, São Paulo e, o Grupo Farias, tem unidades instaladas em Pernambuco, Goiás, São Paulo, Rio Grande do Norte e Acre.

CRESCIMENTO DO SETOR - Os números dos financiamentos feitos pelo BNDES ao setor sucroalcooleiro mostram que o país vive no setor uma verdadeira febre. Em 2005 e 2006 o banco desembolsou R$ 3,3 bilhões para financiar a construção de usinas, plantio de cana e para projetos de co-geração de energia elétrica. Do total, R$ 2,1 bilhões foram emprestados em 2006 e R$ 2 bilhões foram destinados à construção de usinas nos dois anos.

Os números levantados pelos técnicos da instituição mostram que hoje estão em construção no Brasil 100 novas usinas de álcool, com investimentos de R$ 10 bilhões. Até 2012, esses empreendimentos deverão elevar a capacidade de produção de álcool do país em quase 50%, passando de 17 bilhões para 25 bilhões de litros.

O setor sucroalcooleiro movimenta no Brasil cerca de R$ 40 bilhões por ano e gera 3,6 milhões de empregos diretos e indiretos, incluindo 72 mil agricultores dedicados à produção de cana-de-açúcar. Existem hoje em operação 320 usinas, com capacidade para moer 400 milhões de toneladas de cana por ano.





Fonte: Diário da Serra

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