Nova técnica pode reduzir a ressaca de vinho
Os pesquisadores da Universidade Técnica de Cartagena descobriram que o ozônio tem 90% da eficácia do dióxido de enxofre na preservação de uvas frescas para a produção de vinhos, sem apresentar efeitos colaterais. Além disso, as uvas conservadas em ozônio têm até quatro vezes mais antioxidantes, de acordo com o estudo, publicado na revista especializada Chemistry and Industry.
Para Francisco Artes-Hernandez, coordenador da pesquisa, as descobertas trazem "grande esperança". "Essa é uma nova técnica que poderia ser usada para preservar uvas e ajudar a prevenir alergias e ao mesmo tempo aumentar os componentes saudáveis do vinho", disse.
Sulfitos
Segundo Andrew Waterhouse, especialista na produção de vinhos da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a técnica poderia ser aplicada também para substituir os sulfitos, substâncias adicionadas aos vinhos prontos para prolongar sua longevidade.
Segundo Waterhouse, nem todos os produtores de vinho usam dióxido de enxofre, já que atualmente as uvas não são mais armazenadas por longos períodos. "O processo com ozônio poderia ser adaptado para substituir os problemáticos sulfitos, criando a possibilidade de vinhos mais saudáveis e antialérgicos", disse Waterhouse.
Há indicações de que os sulfitos causam reações alérgicas em pessoas que têm sensibilidade a essas substâncias, fazendo com que acordem de ressaca mesmo sem terem bebido em excesso. Especialistas britânicos, no entanto, disseram que, além do dióxido de enxofre e dos sulfitos, existem outras substâncias nos vinhos que podem causar reações alérgicas.
"O dióxido de enxofre é a causa mais comum dessas reações, mas não a única. Por isso, o novo método pode não resolver o problema para todas as pessoas", disse a porta-voz da organização Allergy UK. Segundo ela, as histaminas e os taninos - substâncias naturalmente presentes nos vinhos, principalmente tintos ¿ também podem causar reações como coceiras, irritações na pele, diarréia e asma.
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