Brasil estuda construir hidrelétrica binacional na Bolívia, diz Dilma
Essa usina seria construída na parte boliviana do rio Madeira, a cerca de 80 km da fronteira com o Brasil, se chamaria Cachoeira Esperança e teria potência de cerca de 3.000 MW.
O vice-ministro de Eletricidade e Energias Alternativas da Bolívia, Hugo Villarroel, já havia afirmado que a Bolívia gostaria de participar em parceria com o Brasil de projetos no rio Madeira.
Especulava-se, entretanto, que os bolivianos gostariam de ser sócios de outras duas usinas que o Brasil planeja construir em território nacional: Jirau e Santo Antônio. Essas usinas são as principais apostas do governo para afastar o risco de apagão nos próximos anos e, juntas, têm potência de 6.450 MW.
"O que eles [os bolivianos] querem é uma parceria na usina que está do lado boliviano do [rio] Madeira", disse Dilma após reunião do conselho de administração da Petrobras em Brasília.
Ela também afirmou que o assunto será discutido durante a visita do presidente boliviano, Evo Morales, ao Brasil, que acontece nesta quarta-feira.
Morales vai se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também pressiona o Brasil a elevar o preço pago pelo gás trazido do país vizinho.
Dilma, entretanto, afirmou que o Brasil não deverá ceder em relação ao gás. Quando perguntada se haveria possibilidade de um reajuste, ela disse: "Até onde eu sei, não".
"Tem um movimento internacional de diminuição do preço do gás. Então nosso preço está bem compatível com o preço praticado no mundo", afirmou.
A Bolívia quer que o gás vendido ao Brasil alcance um preço igual ao pago pela Argentina, US$ 5 por milhão de BTU (unidade térmica britânica). A Petrobras, que paga cerca de US$ 4,3 por milhão de BTU, tem resistido a aumentar o preço.
Já a empresa Pantanal Energia, que leva o gás a Cuiabá por US$ 1 por milhão de BTU, afirma que concorda em aumentar o preço, mas que ainda não se chegou a uma fórmula para isso.
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