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Economia
Segunda - 12 de Fevereiro de 2007 às 15:16

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir pelo aumento do preço do gás boliviano fornecido ao Brasil. Segundo Morales, Lula deve entender que a Bolívia não pode continuar "subsidiando" o gás fornecido ao país.

Morales chega ao país na próxima quarta-feira (14) para uma visita oficial ao governo brasileiro. As negociações entre a boliviana YPFB e a Petrobras sobre o preço do gás vendido ao Brasil deverão dar o tom das conversas entre os presidentes.

Depois de avisar, por intermédio de seus ministros, que só faria a visita oficial ao Brasil se o governo brasileiro aceitasse um "preço político" para o gás boliviano fornecido ao país, Morales afirmou ter deixado "nas mãos de Lula" a decisão de aumentar o preço do gás, sobretudo o utilizado pelo estado do Mato Grosso.

"Eu tenho muita esperança e estou quase certo que o companheiro Lula não pode permitir esta política de subvenção por parte de país subdesenvolvido diante de um país industrializado", afirmou Morales, classificando o Brasil em seguida como país rico. "Respeitamos a liderança regional do Brasil, seu desenvolvimento, sua indústria, mas do nosso ponto de vista não podemos seguir subvencionando o gás ao Brasil", disse.

Atualmente, a Bolívia vende ao Brasil uma média diária de 26 milhões de metros cúbicos de gás, através de um gasoduto binacional, a um preço médio de 4,30 dólares por BTU (Unidade Térmica Britânica).

Além disso, exporta 1,2 milhão de metros cúbicos diários ao estado do Mato Grosso a US$ 1,09 por milhão de BTU, um preço considerado pelas autoridades bolivianas como uma verdadeira subvenção.

A posição de Morales foi expressa de forma insistente em várias oportunidades, inclusive na cúpula do Mercosul, realizada em meados de janeiro no Rio de Janeiro, com o argumento de que a Bolívia necessita com urgência de recursos econômicos para sustentar seu plano de governo. O regime de La Paz calcula que o aumento no preço do gás de exportação para o Mato Grosso aumentará a receita em cerca de US$ 300 milhões anuais.

A posição de Morales surgiu depois que o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou que as negociações pelo preço do gás importado pelo Brasil são comerciais, e não políticas.

Segundo uma agenda preliminar fornecida pela embaixada da Bolívia no Brasil, Morales deve chegar a Brasília na manhã de quarta. Por volta das 10h, ele deverá ser recebido por Lula no Palácio do Planalto e, às 11h, os dois presidentes terão uma reunião de trabalho. Posteriormente, está previsto um pronunciamento à imprensa, sem lugar ainda definido.





Fonte: G1

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