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Nacional
Segunda - 12 de Fevereiro de 2007 às 06:55

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O quinto acusado de envolvimento no assassinato do menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, foi preso ontem, após negociação entre a polícia e sua família. Carlos Eduardo Toledo Lima, o Dudu, de 23 anos, é apontado como chefe da quadrilha que roubou o carro da mãe de João, Rosa Fernandes, e arrastou o menino, preso pelo cinto de segurança, por 7 quilômetros. Dudu foi entregue à polícia pelo padrasto, Nilson Nonato da Silva, em Marechal Hermes, zona norte do Rio.

Irmão de E., de 16, que já confessou participação no crime, Dudu declarou inocência e apelou a Deus. “Ele é o juiz. Quero pagar por todos os meus erros, mas não por um ato que não cometi. Vocês estão chocados, eu também. Isso atrapalha a gente não só na cadeia, mas também na rua. Para arranjar emprego”, disse. Depois perguntou: “Quem vai querer ser mulher de um matador de criança?”

Segundo a polícia, Nilson ligou de madrugada para o inspetor Aliel Oliveira e Silva e acertou a entrega do enteado. “Ele estava correndo risco de vida por causa do garoto”, contou o inspetor, dizendo que Nilson temia uma reação violenta da população. O padrasto assegurou ao policial, porém, que acredita na inocência de Dudu. O pai de outro acusado, Diego Nascimento da Silva, de 18 anos, também entregou o filho.

“Tinha foto (de Dudu) nos jornais, na televisão. Ele não tinha como fugir. Seria reconhecido e denunciado. E todos os lugares em que ele poderia se esconder foram visitados”, disse o titular da 30ª Delegacia, Hércules Nascimento. Para a polícia, Dudu - em liberdade condicional após ter cumprido pena pelo roubo de R$ 20, em 2004 -, estava no Corsa levado da mãe de João.

Nascimento disse que Dudu é acusado do crime “em quase todos os depoimentos”. E teria feito ameaças aos bandidos presos na sexta-feira e no sábado - Tiago Abreu Matos, de 19 anos, e Carlos Roberto da Silva, de 21. A dupla estava no táxi que dava cobertura ao assalto. Tiago contou ter passado na casa de Dudu para levá-lo ao local do crime, em Osvaldo Cruz.

Depois de interrogado por cerca de duas horas, Dudu contou que, na noite do assalto, estava na casa da namorada, Kelly, em Madureira. Ele garantiu que só soube do crime na quinta-feira. “Fiquei espantado.”

Dudu disse ter descoberto que estava sendo procurado no dia seguinte, quando um amigo viu uma foto no jornal. “Estava no Arpoador. Comprei o jornal e vim pedir para meu pai vir na delegacia para eu provar que sou inocente.” A polícia afirmou que, na madrugada de sexta-feira, ele se escondeu no Morro do Pavão-Pavãozinho.

Dudu disse ser inocente no caso de João Hélio, mas admitiu ter praticado um assalto com E. e Diego há uns 15 dias em Madureira. Ele disse que a vítima foi um homem bêbado. “Fingi que ia ajudar ele (sic). Peguei na carteira dele. Tinha R$ 60.” Dudu garantiu que, depois do assalto, mudou de vida: começou a “ficar sério no estacionamento” onde diz trabalhar.

Amanhã, a polícia quer fazer uma acareação para esclarecer o papel de cada um dos bandidos no caso. A reconstituição do crime, ainda não marcada, deve ser feita sem a presença dos acusados.





Fonte: AE

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