MT perde R$ 3 bilhões no ano passado
No algodão, onde há restrições para a utilização de sementes transgênicas, as aplicações de inseticidas poderiam ser reduzidas em até 12 vezes, com a produção aumentando entre 20% e 30%, de acordo dom estudos do doutor em Fitopatologia, José Roberto de Menezes. O problema com as lagartas também poderia ser reduzido em até 50% e, no caso do milho, 70%.
“A redução de uso dos herbicidas residuais diminui o uso de fertilizantes, possibilita a rotação de culturas, melhora o desempenho das culturas seqüenciais e viabiliza a integração agricultura pecuária”, aponta o pesquisador.
O coordenador da Área de Biotecnologia e Pesquisa da Asssociação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), Álvaro Salles, lembrou que o grande beneficiado da biotecnologia será o meio ambiente. “A biotecnologia vai propiciar facilidades de manejo e estimular a cultura do algodão em nosso Estado”, disse ele.
Segundo o engenheiro agrônomo e mestre em Economia Agrícola pela Universidade Federal de Uberlândia, Leonardo Sologuren, o volume de recursos que deixou de entrar no bolso dos produtores devido à não utilização plena da biotecnologia foi significativo.
“Podemos avaliar que Mato Grosso, por ser o maior Estado agrícola brasileiro, foi o mais prejudicado com o atraso da aplicação da biotecnologia”, afirmou Leonardo.
Para ele, o principal benefício da biotecnologia é a redução de até 15% nos custos de produção pela menor aplicação de herbicidas e, consequentemente, menor uso de máquinas agrícola e facilidades de manejo das lavouras.
A empresa de consultoria Céleres, com base no crescimento dos outros países, faz uma estimativa de quanto poderia crescer a produção de transgênicos no país.
De acordo com o estudo, os produtores rurais acumularam na última década US$ 1,5 bilhão com o plantio e comercialização da soja geneticamente modificada. No entanto, os benefícios poderiam contabilizar os US$ 4,6 bilhões, se não fosse a demora na aprovação de projetos.
INDEFINIÇÃO - A produção de alimentos transgênicos no país e a pesquisa tecnológica poderiam ter avançado muito mais se não fosse a falta de definição jurídica sobre o tema, de acordo com o relatório da consultoria de empresas do agronegócio Céleres.
No estudo, encomendado pelo Conselho de Informações Sobre Biotecnologia (CIB), a empresa compara dados dos três maiores produtores mundiais de transgênicos: pela ordem, Estados Unidos, Argentina e Brasil. A produção, segundo a empresa, segue mais ou menos igual nos três países até 1997. A partir deste ano, a produção dos outros dois países dispara na frente do Brasil.
Na avaliação da Céleres, a produção brasileira cresceu menos por falta de definição legal. "Em conseqüência do vazio jurídico, a pesquisa ficou parada no Brasil. Enquanto que em outros países a pesquisa avançou, aqui ela ficou praticamente travada por dez anos”, disse o autor da pesquisa e conselheiro da CIB, Anderson Galvão.
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