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Nacional
Sábado - 10 de Fevereiro de 2007 às 13:55

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Dois jovens presos na noite de sexta-feira (9) disseram que foram coagidos por colegas a participar do crime que levou à morte do menino João Hélio Fernandes Vieites, de 6 anos, que ficou preso no cinto de segurança e foi arrastado por cerca de 7 quilômetros pelas ruas da capital carioca durante o roubo de um carro.

Thiago de Abreu Matos, 19 anos, e Carlos Roberto da Silva, 21, confessaram a participação no crime em depoimento a policiais do 30º DP (em Marechal Hermes). A informação é do delegado Adilson Palácio.

“Fui obrigado”, disse Carlos Roberto, ao contar que estava com Thiago e o táxi em Madureira quando Diego Nascimento, 18 anos, chegou com uma arma, acompanhado de um garoto menor de idade, e os obrigou a participar do assalto. Segundo ele, só então o grupo foi buscar Carlos Eduardo Toledo Lima, 18, que continua foragido.

“O que se sabe é que todos eles sabiam que iriam praticar o roubo. Mas cada um tenta se eximir de culpa”, disse o delegado Adilson Palácio, que ouviu os depoimentos durante esta madrugada.

De acordo com o delegado, os ladrões contaram ainda que o carro seria desmontado por Diego, que já tinha acordado em dar as rodas a Thiago e dividir os pertences das vítimas entre os outros integrantes da quadrilha como recompensa do crime.

O crime

O crime aconteceu na noite desta quarta-feira (7), por volta das 21h30, no bairro Oswaldo Cruz, subúrbio do Rio. João Hélio, a mãe e a irmã, de 13 anos, foram rendidos na rua João Vicente pouco depois de sair de um centro espírita kardecista.

As duas, que estavam nos bancos da frente, saíram rapidamente, mas o garoto permaneceu atado ao cinto quando os bandidos arrancaram com o carro.

Segundo testemunhas, os assaltantes dirigiram o carro em zigue-zague na tentativa de se desvencilhar do corpo, por quatro bairros do subúrbio da cidade - Oswaldo Cruz, Madureira, Campinho e Cascadura. Os bandidos abandonaram o carro, com o corpo da criança ao lado, em uma rua sem saída.

Durante a prisão, os acusados disseram que não ouviram os pedidos para libertar o menino e o barulho do corpo sendo arrastado. À polícia, eles afirmaram que confundiram os ruídos e pensaram estar sofrendo perseguição policial.

Polícia desconfiou de advogados de acusado

Carlos Roberto já havia sido detido na tarde da própria sexta-feira, quando a polícia investigava uma denúncia. Na delegacia, ele negou a participação no roubo e disse apenas que tinha sido chamado para integrar o bando, mas não aceitou.

Solto, ele foi monitorado por policiais à paisana e, horas depois, voltou a ser preso, desta vez através de uma denúncia endereçada a policiais militares. “Ele foi detido em casa, quando chegou e se deparou com os PMs que o esperavam”, contou Palácio. No novo depoimento, Carlos Roberto confessou seu envolvimento no roubo e disse que, depois do crime, foi ameaçado por Carlos Eduardo para que não falasse a verdade.

Na mesma noite, Thiago foi preso depois que a polícia desconfiou de uma possível fuga. Responsável pelo táxi usado no assalto, que era de seu pai, ele mandou advogados à delegacia para se informar sobre sua situação legal.

“Foi uma visita rápida, eles queriam saber se ele ficaria preso e também detalhes das acusações. Depois disso foram embora. Nossa equipe desconfiou e os seguiram”, disse o delegado. Thiago foi encontrado a apenas algumas quadras de distância na companhia do pai, da irmã e dos advogados. “Pela reação, ele não planejava se entregar”, afirmou Palácio.





Fonte: G1

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