Desequilíbrio deve seguir em 2007
Para especialistas do Cepea e do Centro Boi da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) a saída para os pecuaristas é apostar na produtividade e gerir com eficiência os gastos de produção, pois não não há qualquer sinalização no mercado de aumento real da arroba. Para que ocorra ganho real o valor deveria alcançar cerca de R$ 70 em Mato Grosso.
"Hoje o que temos é uma recuperação nos preços. No primeiro semestre do ano passado tivemos o pior valor histórico, quando atingimos em junho R$ 46 a arroba, quando o ideal seria em torno de R$ 55", revela o analista de mercado do Centro Boi, Luciano Vaccari.
Ele estranha que agora no período do gado no pasto, o preço da arroba seja mantido em R$ 49, quando normalmente há queda. A manutenção dos valores pode ser explicada por três motivos: a redução de 600 mil cabeças no rebanho estadual, o excesso de chuvas que impede o embarque dos animais ou o pecuarista segura o gado na fazenda, pois as precipitações melhoraram as condições do pasto. "Temos que esperar as chuvas passarem para descobrir".
Hoje no Mercado Futuro do Boi a projeção é de valores de até R$ 60,12 em São Paulo. Com o deságio, os pecuaristas do Estado podem obter preços de até R$ 58 em outubro, com picos de até R$ 62. Para o gerente negocial do Banco do Brasil, João Carlos Guimarães, o pecuarista deve aproveitar o momento, pois não há horizontes de novos picos no preço do boi gordo. "Há quatro anos, os produtores rurais perdem rentabilidade e os valores da arroba não aumentam". O analista do Centro Boi, Luciano Vaccari, faz a mesma análise. "Agora é hora do produtor trabalhar para se proteger da queda do preço da arroba".
Já o diretor-executivo da Associação dos Produtores Rurais (APR/MT), Paulo Resende, alerta para que os pecuaristas aguardem o aumento da cotação da arroba do boi gordo. "Que mercado futuro é esse que remunera em outubro de 2007 o mesmo valor pago no mesmo mês do ano passado? Essa conta é complicada e não se vislumbra futuro nenhum". Para ele, todo o setor do agronegócio está desnorteado e qualquer previsão feita agora é "chutômetro".
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