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Economia
Sexta - 09 de Fevereiro de 2007 às 23:46

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O governo federal desenvolve estudo para subsidiar um plano de expansão da produção de etanol no Brasil para a exportação. A pesquisa está sendo elaborada há dois anos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a pedido do Ministério de Ciências e Tecnologia (MCT). "O projeto é para o MCT, mas outros ministérios do governo já tomaram conhecimento do levantamento", esclarece Rogério César Cerqueira Leite, professor emérito da Unicamp.

O estudo tem como objetivo verificar a viabilidade de o etanol brasileiro substituir 10% da gasolina no mercado mundial. O horizonte observado na pesquisa é de 20 anos. O levantamento da Unicamp indica que, para o Brasil chegar a essa posição será necessário investir, por ano, R$ 20 bilhões em produção e logística (tancagem e alcooldutos). "Esse volume é necessário nos cinco primeiros anos e começa a decrescer no período subseqüente. Nos últimos sete anos, o retorno remunera o investimento inicial", conta o professor.

Segundo Cerqueira Leite, o estudo considera que os recursos para os investimentos virão da iniciativa privada, com a perspectiva de o governo participar via financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O professor conta que a Transpetro, braço logístico da Petrobras, também participa do grupo de estudos do projeto. Vale lembrar que a estatal tem planos para investir em alcooldutos para escoar a produção de etanol do Centro-Oeste para São Paulo.

Caso o cenário de investimentos ocorra, as exportações de etanol do Brasil passarão dos atuais 2,8 bilhões de litros para 200 bilhões de litros em 2025. Já a área plantada passará de 5,6 milhões de hectares, hoje, para 30 milhões de hectares, no período. "Isso representa menos de 10% da área disponível. Ou seja, não será necessário invadir florestas ou áreas agrícolas para expandir a produção", explica Cerqueira Leite.

As projeções são baseadas a partir das tecnologias atuais. O professor diz que, se a produção incorporar técnicas como hidrólise enzimática ou ácida, que permitem o aproveitamento do bagaço e da palha para gerar o etanol, apenas um terço da área plantada projetada seria necessária. "É o que os Estados Unidos estão pesquisando hoje, porque lá não há como expandir a área para produzir o etanol", justifica. No Brasil, a expectativa é que dentro de 15 anos a hidrólise enzimática esteja amplamente desenvolvida e difundida.

O projeto, atualmente, encontra-se em sua terceira fase, a de aprofundamento das pesquisas de área. De acordo com o professor da Unicamp, a expansão da produção de etanol se dará principalmente nas Regiões Norte e Nordeste. "O estudo não inclui São Paulo, porque a densidade de usinas no Estado já é elevada", explica Cerqueira Leite. Entre os desafios para viabilizar a estratégia brasileira, o professor cita a necessidade de o País se configurar como um fornecedor seguro do combustível alternativo. Nesse sentido, ele considera positivo o atual movimento de empresas estrangeiras interessadas em investir na produção de etanol no Brasil.





Fonte: AE

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