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Nacional
Sexta - 09 de Fevereiro de 2007 às 16:46

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O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Geraldo Majella, criticou nesta sexta-feira a possibilidade de anistia política para o ex-deputado José Dirceu (PT-SP). Dirceu perdeu os direitos políticos em 2005, após ser cassado pela Câmara por suposto envolvimento com o escândalo do mensalão.

"Já começa com anistia, se não houve nem tempo para alguém que tenha feito algum ilícito não ser responsabilizado, não dar uma resposta à sociedade humana, à comunidade humana?", questionou dom Majella.

Dirceu estaria liderando, nos bastidores, movimento em prol de sua anistia como o objetivo de retornar à vida política. Para conseguir ter de volta os direitos políticos após a cassação, o ex-ministro da Casa Civil teria que protocolar projeto de lei de iniciativa popular na Mesa Diretora da Câmara com o endosso de 1 milhão de assinaturas. Ele afirma que deseja provar sua inocência no processo de cassação por alegar que não teve amplo direito de defesa. Chiqueiro

O presidente da CNBB fez críticas ao Congresso Nacional, mas evitou comparar a Câmara dos Deputados a um "chiqueiro" --como feito em reportagem publicada pela revista britânica "The Economist" nesta quinta-feira.

"Eu não chamo de chiqueiro o nosso Congresso. As dificuldades que atravessam nosso Congresso não se encontram unicamente no Brasil. Em toda parte do mundo há crise de autoridade e, portanto, é momento de muito egoísmo em que partidos, no mundo inteiro, estão mais preocupados com o seu grupo do que propriamente com o bem comum", criticou.

Segundo dom Majella, o sistema político nacional vive uma "crise ética e moral", sem a defesa dos interesses da população. "Aquele que é constituído representante do povo não está ali para defender no Congresso ou no poder os interesses particulares ou de grupos. Ele está para defender o bem comum", enfatizou.

O presidente da CNBB considerou legítimas as recentes críticas do presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio Mello, sobre as propostas de reajuste salariais dos deputados. Na opinião de dom Majella, todos os cidadãos que "desejam o bem do Brasil" têm direito criticar as instituições.

"Ao pedir uma reforma política, eu penso que é um desejo de todo o país, de todos aqueles que têm uma preocupação para que melhorem as condições de vida do povo brasileiro e os princípios que norteiam as políticas em favor de todo o país", afirmou.





Fonte: Folha Online

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