O delegado José Mário Omena, responsável pela investigação da morte do menino João Felipe Eiras Santana Bichara, 6 anos, em Barra do Piraí, Região Sul Fluminense, analisou as imagens do hotel para onde a manicure Susana do Carmo de Oliveira Figueiredo levou a criança antes de matá-la e disse não ter mais nenhuma dúvida de que ela agiu sozinha. "Nas imagens, só ela aparece chegando e saindo. Não tenho dúvida de que ela não recebeu a ajuda de ninguém para cometer esse crime", disse Omena ao G1 na manhã desta quinta-feira (28).
Susana, que está presa no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, confessou ter matado João Felipe na segunda (25), depois de ligar para a escola onde ele estudava se passando pela mãe, pedir para que ele fosse liberado da aula e colocado em um táxi. O garoto foi levado para o Hotel São Luís, onde acabou asfixiado. O corpo foi colocado em uma mala e achado pela polícia na casa de Susana. Uma das cinco versões dadas à polícia pela suspeita era de que o motivo do crime seria se vingar do pai da criança, com quem teria um relacionamento.
O delegado agora vai aguardar os laudos e pretende ouvir outras testemunhas na próxima semana, entre elas a camareira do hotel e os pais da criança.
Depoimento do pai
José Mario Omena pretende ouvir o pai da criança, o empresário Heraldo Bichara Júnior, na próxima semana. Inicialmente, o depoimento dele estava marcado para a manhã desta quarta (27), mas um advogado da família informou que o pai não tinha condições de depor.
“Não adianta ouvir a testemunha assim, abalada. Temos que respeitar, deixar a poeira baixar, mas ele, o pai, é o depoimento mais importante, porque pode ajudar a esclarecer a motivação do crime”, contou Omena.
A polícia pretende entregar o inquérito para apreciação do MP após a quarta-feira (3).
Pai nega caso com manicure
O empresário Heraldo Bichara Júnior negou qualquer envolvimento com a suspeita, Susana do Carmo de Oliveira Figueiredo.
“Nunca houve nada entre a gente”, afirmou Heraldo em entrevista ao G1. Ele disse ainda que João Felipe não tinha autorização para ser retirado do Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira por nenhum táxi
“Era sempre a mãe dele quem buscava e levava. Nunca mandamos táxi. Inclusive no início do ano foi nos dado uma ficha de autorização que a gente preencheu informando quem seriam as pessoas que poderiam buscar o João na escola. E somente eu, a Aline (mãe do garoto), meu pai e uma cunhada, que também tinha os filhos estudando no colégio, poderiam buscar ele na escola. Mas era sempre a Aline quem levava e buscava”, revelou.
Heraldo Jr. afirmou ainda que a família não pensa em processar a escola. “Não pensamos nisso, mas o colégio não pode querer jogar, dividir a culpa com a gente, que não temos. Essas versões apresentadas agora pelo colégio não condizem com a verdade”, concluiu.
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