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Internacional
Sexta - 09 de Fevereiro de 2007 às 16:22

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A Alemanha reabriu nesta sexta-feira o debate sobre a ampliação do grupo G-7 dos países mais industrializados do mundo às potências emergentes, como Brasil e México, antes da reunião deste final de semana de ministros das Finanças em Essen (oeste do país).

"Há muitos assuntos que não podemos discutir sem a China, a Argentina, o Brasil, a Austrália, a África do Sul", declarou o ministro alemão das Finanças, Peer Steinbrück.

"Acho que deveríamos tê-los à mesa conosco", acrescentou.

"Estamos no início de um processo de ampliação do G-7 e do G-8, porque há muitos temas que interessam a todos os países emergentes importantes: não somente a China e a Índia, mas também a África do Sul, o Brasil e a Austrália, para citar alguns", reiterou em entrevista à imprensa, antes do início da reunião dos ministros da pasta do G-7. O encontro será inaugurado hoje à noite com um jantar Steinbrück esclareceu que "este processo ainda não foi iniciado formalmente". "Mas acho que dentro de dois, três ou quatro anos não teremos um G-7 ou um G-8, mas um G-10 ou um G-14", disse. "Na prática, já é quase assim", admitiu.

Os ministros da economia de Brasil e México, Guido Mantega e Agustín Carstens, participam da reunião do G-7 sábado e domingo, como convidados, junto com seus colegas de China, Índia, África do Sul e Rússia, conforme nos últimos anos.

Steinbrück destacou que "não faz sentido que a Rússia não seja um membro pleno do G-7, acredito que deveria ser membro", depois de o ministro russo das Finanças. Alexei Kudrin, ter declarado nesta sexta-feira que seu país deve participar plenamente do G-7 de ministros da pasta.

"Mas há razões políticas que não permitem nossa participação", disse Kudrin, ao jornal alemão Die Welt.

A Rússia já pertence ao G-8 dos países mais poderosos do mundo, que Vladimir Putin presidiu em 2006. Este ano, a cúpula será realizada em junho na Alemanha, país que preside o grupo atualmente.

Ano passado, a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou-se contra a ampliação do G-7 e do G-8 às potências emergentes, alegando que algumas delas, como a China, não desfrutam de sistemas democráticos plenos.

Esta discussão reflete a importância cada vez maior que os países mais industrializados do mundo vêm dando aos emergentes, o que também afeta a estrutura do Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja reforma será abordada em Essen. A idéia de debater este tema é para evitar que alguns países sejam "pouco representados", como tem acontecido, segundo Steinbrück.

Em setembro, em Cingapura, a instituição avançou neste sentido, dando mais peso a quatro países emergentes subrepresentados no Fundo: México, China, Coréia do Sul e Turquia.

Países como Índia, Brasil e Argentina devem esperar a segunda etapa que irá definir, até o final de 2008, os critérios para calcular o peso dos 184 Estados membros.

Em Essen, o G-7 e seus convidados falarão de uma nova proposta para reformar a participação dos países, embora ainda "tenha opiniões diferentes" e a negociação continuará na reunião da primavera (Hemisfério Norte) de Washington", disse o ministro alemão.

"Não acredito que vamos concluir esta discussão em 2007", acrescentou Steinbrück.





Fonte: AFP

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