Costa muda o tom, e diz que vai rever e não cancelar contrato com Bradesco

O ministro das Comunicações, Hélio Costa, mudou o tom do discurso sobre o possível rompimento do contrato dos Correios com o Bradesco para o Banco Posta. Ao invés de cancelar o contrato e indenizar o Bradesco, como ele vinha afirmando antes, ele preferiu dizer hoje que irá rever o contrato.

"Nossa proposta de rediscutir o contrato não passou pela idéia de simplesmente cancelar", disse hoje o ministro, após participar do seminário "Políticas de (Tele)comunicações. A hora de renovar o modelo", promovido pela revista Teletime e a UnB (Universidade de Brasília).

"O que nós queremos é discussão, porque se o banco quiser rever as posições do contrato atual mais favoravelmente aos Correios, tudo bem. Se não ele não quer rever, daqui a dois anos acaba o contrato. Nós já queremos estar preparados para que os Correios possam assumir essa responsabilidade", disse o ministro, que chegou a dizer recentemente que o governo já calculava o valor da indenização ao Bradesco para o cancelamento do contrato.

Segundo Costa, o próprio contrato tem uma cláusula que permite a sua revisão, e é baseado nessa cláusula que o governo analisa novos termos para a relação dos Correios com o banco.

"Ninguém rompe contrato no Brasil. Nós sabemos disso. Nós temos absoluta consciência de que existe o contrato", afirmou, ao comentar que o contrato também prevê que o Ministério das Comunicações e os Correios digam ao banco que se sentem "prejudicados dentro de um contrato que foi feito às pressas no último ano do governo passado".

A idéia, segundo essa nova avaliação do ministro sobre o tema, é não chegar ao fim do contrato, em 2009, os Correios não tenham outra opção.

O ministro reivindica mais rentabilidade para os Correios no negócio.