Venezuela nega escassez de alimentos e anuncia importações

O governo da Venezuela negou nesta quarta-feira que esteja faltando alimentos no país, mas anunciou que importará alguns produtos durante a reunião do Conselho de Ministros - a primeira desde que o Executivo recebeu poderes especiais. "Não há crise de abastecimento de alimentos na Venezuela, somente algumas dificuldades em produtos específicos como o açúcar", disse o ministro da Informação, Willian Lara.

No entanto, na reunião ministerial foi aprovado um decreto para isentar o setor agropecuário do pagamento de impostos sobre a renda derivada da exploração, que permita aos produtores realizarem pesquisas no campo em que atual, segundo o ministro da Agricultura e Terras, Elías Jaua.

"Esta medida se traduzirá em uma maior oferta de alimentos e preços menores", disse Jaua.

Nos últimos meses, faltou leite integral pasteurizado, açúcar e carne vermelha, todos estes produtos submetidos a um controle de preços.

Jaua anunciou também um plano extra para recuperação da atividade agrícola, no qual participarão a companhia estatal Petróleos de Venezuela, e os ministérios de Agricultura e Infra-estrutura.

Os comerciantes e os produtores destacaram que a escassez de alguns produtos da cesta básica pode ser explicada pela impossibilidade de controle dos preços. Nos mercados e supermercados, produtos como a carne, o leite e os ovos custam entre 50% e 100% a mais que o preço fixado pelo Executivo.

Os supermercados decidiram esta semana não vender mais carne bovina. Nesta quarta-feira, os donos de supermercados anunciaram a possibilidade de importar carne de boi e de frango para solucionar o problema da escassez.

Apesar de sua decisão de importar os alimentos que estão em falta, o gabinete venezuelano não mencionou em sua reunião a possibilidade de revisar a regulamentação dos preços, indicou Lara. Estes produtos poderiam ser importados do Brasil ou da Argentina. A decisão final sobre a importação deve sair na próxima semana.