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Internacional
Quinta - 08 de Fevereiro de 2007 às 13:22

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O presidente da Bolívia, Evo Morales, ameaçou expulsar do país a Shell e a Prisma International, que controlam a Transredes (responsável por parte do transporte do gás ao Brasil), se for comprovado que a empresa fechou dutos de fornecimento de combustível durante os enfrentamentos do último sábado (3) em Camiri (Província de Santa Cruz).

"Dei instruções ao ministro dos Hidrocarbonetos [Carlos Villegas] para que seja dado um ultimato. Estamos investigando e se for provado que houve sabotagem, não tenho medo, minha mão não tremerá para expulsar a empresa que sabota e conspira contra o governo, contra a economia nacional", disse Morales, segundo a estatal ABI (Agência Boliviana de Informação).

Os dutos fechados fornecem combustível às cidades de Santa Cruz, La Paz, Chuquisaca e Potosí.

Segundo a ABI, Morales foi informado de que a Transredes teria fechado as válvulas dos dutos na sexta-feira (2), horas antes de manifestantes de Camiri terem invadido as instalações da empresa. Forças combinadas do Exército e da polícia retomaram o controle do local nas primeiras horas do sábado. Houve relatos de trocas de tiros com civis e a operação de retomada deixou ao menos sete feridos --cinco civis e dois policiais.

O porta-voz da presidência, Álex Contreras, disse, no entanto, que a polícia e o exército só fizeram uso de gás lacrimogênio e balas de borracha.

Morales disse ainda que está sob investigação a atuação dos seguranças das instalações, que teriam negligenciado a vigilância do local, sem tomar as medidas necessárias para impedir a invasão do local.

O presidente boliviano disse ainda que, depois de retomado o controle, foi solicitado à Transredes que restabelecesse o abastecimento, mas a empresa teria apresentado pretextos para atrasar o serviço --os técnicos teriam alegado primeiro que havia cheiro de gás e que havia ainda risco de explosão, e depois que outras estações de abastecimento não estavam sob controle.

O senador Antonio Peredo, do MAS (Movimento ao Socialismo, partido de Morales), disse que a Transredes foi "especialmente contrária à assinatura de um novo contrato com o governo boliviano", referindo-se ao decreto de nacionalização, de maio do ano passado.

Pelo decreto, as reservas de hidrocarbonetos do país passariam ao controle do governo e as empresas no país teriam de assinar novos contratos aceitando as novas condições para operarem no país, sob risco de expulsão do país.

A Transredes, afirmou Peredo, ainda conta com financiamento de capitais brasileiros não vinculados à Petrobras. "Representa tanto os grande capital petrolífero europeu como os mais escandalosos especuladores dos Estados Unidos".





Fonte: Folha Online

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