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Internacional
Quarta - 07 de Fevereiro de 2007 às 22:51

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Um primo de Saddam Hussein acusou hoje o governo iraquiano de permitir que os Estados Unidos bombardeiem bairros de Bagdá matando civis inocentes, e traçou um paralelo entre a operação e a campanha Anfal durante a guerra entre Irã e Iraque, de 1980 a 1988. Ali Hassan al-Majid, também conhecido como "Ali Químico" por utilizar armas químicas contra os curdos, disse que a campanha de Anfal foi necessária para o Iraque se proteger de inimigos internos e externos.

Al-Majid é um dos seis acusados por crimes de guerra e contra a humanidade por participar da campanha militar Anfal durante a guerra. Mais de 100 mil curdos morreram nos conflitos. Quando al-Majid foi questionado pelo juiz Mohammed Oreibi al-Khalifa sobre as bombas que foram lançados contra vilarejos curdos que abrigavam mulheres e crianças, o primo de Saddam se defendeu dizendo que os soldados americanos fizeram a mesma coisa durante os recentes ataques na rua Haifa, em Bagdá.

"Eu escutei no rádio que aviões americanos bombardearam a rua Haifa. Todos os moradores da rua são da resistência ou apenas alguns deles? Por que não podemos fazer as mesmas coisa que os Estados Unidos fazem?", disse al-Majid. No mês passado, tropas americanas e iraquianas travaram uma batalha de um dia inteiro contra insurgentes na rua Haifa. O governo do Iraque divulgou que 30 rebeldes foram mortos e 27 capturados, mas grupos sunitas disseram que a maioria das vítimas era de civis.

O juiz ponderou que os americanos são estrangeiros enquanto os membros do antigo regime de Saddam estavam matando curdos, que eram compatriotas. "Seu chefe (Saddam), que era o presidente, se considerava responsável por todos os iraquianos", disse al-Khalifa. "Você está diretamente relacionado com as pessoas que castigou, mas o outro povo (os americanos) são estrangeiros. Esta é a diferença".

Al-Majid interrompeu o juiz, dizendo que os atuais líderes iraquianos também são responsáveis pelos civis de seu país, mas permitem os ataques americanos. Ele alegou que teve de tomar medidas extraordinárias contra os curdos a fim de conter ameaças internas e externas. "Na época, existia uma rebelião interna e uma invasão externa e isso me fez declarar estado de emergência", afirmou.





Fonte: AE

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