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Cidades/Geral
Quinta - 28 de Março de 2013 às 07:25

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O inquérito policial que respaldou a "Operação Tentáculos" para prender o empresário Filadelfo dos Reis Dias e o funcionário dele Marcelo Massaru Takahashi por uma suposta tentativa de homicídio tende a ser anulado diante estar "cheio de vícios e erros primários", segundo advogados que acompanham o caso. 

O empresário Filadelfo Dias, que ficou preso por 12 horas sob a suspeita de ter encomendado a morte do ex-sócio na empresa BBM participações e Investimentos, Valdinei Mauro Souza, e do empresário Wanderley Torres, em abril de 2012. 

Segundo informações no meio jurídico, a investigação comandada pelo delegado Carlos Américo Marchi mostrou-se "parcial, tendenciosa e com clara intenção" ao perseguir o empresário que atua há 35 anos em Mato Grosso gerando cerca de três mil empregos diretos e indiretos. O delegado chegou ao ponto de ouvir depoimentos de testemunhas, que não possuíam foro privilegiado, fora da sede da Delegacia de Roubos e Furtos, em Cuiabá. 

Os advogados de defesa representarão contra o delegado, por pratica antiética, na Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso e no Ministério Público Estadual. "Houveram erros formais na condução do inquérito. O delegado montou uma espécie de delegacia itinerante dando privilégios inexplicáveis mostrando conduta suspeita em busca da verdade. Ele criou a figura da oitiva delivery", explicaram os advogados. 

De acordo com autos do inquérito, apesar de centenas de horas de gravações telefônicas, nenhuma mostra Filadelfo dos Reis Dias solicitando a suposta execução de Valdinei Mauro ou Wanderley Torres. Além disto, não existem diálogos de Filadelfo com nenhum dos outros supostos pistoleiros e intermediadores que teriam sido contratados para executar o crime que aconteceu numa emboscada nas proximidades do distrito de Limpo Grande, em Várzea Grande, onde a caminhonete blindada de Valdinei Mauro recebeu 23 tiros de pistolas. 

No único diálogo gravado em que o empresário cita o nome de uma das vítimas é quando recebe uma ligação telefônica em que uma pessoa lhe informa que tomou conhecimento através da imprensa que Wanderley Torres havia acionado a Justiça para cobrar uma dívida de cerca de R$ 3,8 milhões do atual prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB). Segundo informações, o delegado não chegou a solicitar nem mesmo a prisão de Filadelfo, mas o Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado) não levou este fato em consideração e solicitou a detenção do empresário. 

A liminar acabou sendo expedida pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Várzea Grande, Abel Balbino. Diante das falhas na investigação e ausência de provas, a desembargadora Maria Helena Póvoas acabou revogando a prisão de Filadelfo e também do funcionário. 

A desembargadora disponibilizou a imprensa a cópia do despacho de sua decisão, atitude diferente de Abel Balbino, que manteve sigilo. "Vejo que inexiste neste qualquer fundamentação que teria levado à segregação do paciente, não havendo sequer no aludido mandado a tipificação penal imputada ao mesmo", diz o despacho da magistrada. 

Nos bastidores, o empresário promete que irá tomar medidas cabíveis para esclarecer o caso. "Sem dúvida nenhuma, a defesa do Filadelfo buscará reparar toda ilegalidade buscaram responsabilizar aqueles que agiram para cometer tantas aberrações", avisou um familiar dele. 

Em relação as armas e munições que teriam sido apreendidas na fazenda de Filadelfo em Cáceres, informações dão conta que seriam de propriedade de uma empresa particular de segurança privada. Esta empresa teria ligações com um coronel da Polícia Militar que presta serviços atualmente ao Ministério Público Estadual.





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