Bispo cobra de governo estadual convênio para fundação de saúde em Sinop

A Igreja Católica, que fundou o Hospital Santo Antonio-Fundação de Saúde Comunitária de Sinop, na década de 80, passa a encabeçar uma mobilização para que o governo estadual viabilize um convênio e torne o hospital uma unidade regional de atendimento. Com 112 leitos, 70 deles destinados para o SUS, unidade de UTI pronta para entrar em funcionamento e ala de oncologia, o Santo Antonio vem passando por uma profunda transformação desde 2003 e tem também hoje um dos maiores corpos clínicos do Estado. A estrutura é capaz de atender pacientes de várias cidades da região deixando, por exemplo, de serem encaminhados pacientes de Sinop e região para serem atendidos nos Hospitais Regionais em Sorriso e Colíder.

"Estamos acompanhando de perto a grande evolução que o hospital teve nos últimos, seu trabalho social e humano, e estamos mobilizando a sociedade organizada para sensibilizar e cobrar o governo estadual para que realmente veja esta unidade como um hospital beneficente e que seja feito convênio para que as pessoas de Sinop e região sejam atendidas aqui, deixando de serem enviadas para outras cidades", afirmou o bispo diocesano, Dom Genti Delazari, em entrevista ao Só Notícias. "Não queremos que o Estado reduza a estrutura de hospitais públicos da região, mas que destine um convênio para que o Hospital Santo Antonio faça cirurgias e outros atendimentos via SUS", acrescentou.

Secretários de Saúde do Nortão têm procurado o hospital em Sinop para serem encaminhados pacientes para atendimentos. Uma parcela considerável vem sendo atendida, mesmo sem contrapartida financeira. Porém, sem um convênio para dar suporte, fica inviável. Hoje, o repasse da Secretaria Estadual de Saúde é de R$ 30 mil/mês. Seriam necessários cerca de R$ 400 mil mês.

Uma fonte de Só Notícias informou que o Santo Antonio tem hoje estrutura praticamente semelhante ao Hospital Regional de Sorriso, que atende pacientes de 11 cidades em sistema de convênios, e tem convênio mensal de R$ 1,8 milhão. "Pacientes de Sinop, Vera, Claudia e outras cidades da região podem ser atendidos aqui e não precisam ser encaminhados para Sorriso, Colíder ou Cuiabá", disse a fonte.

O projeto de convênio será encaminhado para a Secretaria Estadual de Saúde. Já há conversações há vários meses para ser firmado, mas o Estado ainda não se posicionou.

O bispo deverá conversar, nesta sexta-feira, com o governador Blairo Maggi, sobre o assunto, visto que o Santo Antonio é a 1ª organização social reconhecida pelo Governo de Mato Grosso. "Creio que poderemos sensibilizar o governador para que seja feita esta melhor distribuição de verbas para a saúde pública e está comprovado que este hospital-fundação tem capacidade técnica e profissional para atender 95% dos casos de saúde pública", acrescentou Dom Gentil.

Quanto a estrutura, a direção informa que o hospital acaba de concluir mais 48 leitos com recursos próprios, tem 5 salas de cirurgias dentro das normas do Ministério da Saúde, podendo realizar até transplantes, foi implantada UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Parte da ampliação do hospital foi feita com ajuda da entidade LAZ (Alemanha) e parte dos equipamentos foram fornecidos pela Secretaria Estadual de Saúde.