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Quarta - 27 de Março de 2013 às 21:11

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Após a presidente Dilma Rousseff dizer que é contra políticas que reduzem o crescimento para combater a inflação na manhã desta quarta-feira (27) e o juros futuros fecharem em queda na Bolsa brasileira com a declaração, ela afirmou que houve "manipulação inadmissível" de sua fala.

"Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo", disse a presidente ao Blog do Planalto, um dos canais de comunicação da Presidência da República.
 

Ela classificou como "interpretações equivocadas" a reação do mercado a seus comentários, feitos a jornalistas durante a 5ª Cúpula dos Brics --grupo de países emergentes composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul--, em Durban, na África do Sul.

Segundo a nota do Planalto, a declaração de Dilma foi feita após a presidente ficar sabendo que agentes do mercado financeiro estavam interpretando "erroneamente" seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação.

"A presidente solicitou ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que também desse esclarecimentos sobre o assunto", diz a nota. Tombini falou à Agência Estado que Dilma pediu a ele que o "mal entendido fosse desfeito e que não há tolerância em relação à inflação".

O presidente do BC disse que "de inflação fala a equipe econômica" e "em relação à política de juros fala o Banco Central", destacando que essa é a posição da presidente.

MANIPULAÇÃO

Questionada por jornalistas sobre pressões inflacionárias no país, ela disse que "questões específicas sobre inflação" ela deixa para o ministro Guido Mantega (Fazenda) responder, mas adiantou alguns pontos.

"Eu não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico", disse a presidente. "Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença é complicado, entende? Eu vou acabar com o crescimento do país. Isso está datado, acho que é uma política superada".

"Agora, isso não significa que o governo não está atento --e não só atento, mas acompanha diuturnamente a questão da inflação", continuou Dilma. "Nós não achamos que a inflação está fora de controle --pelo contrário, achamos que ela está controlada e o que há são alterações e flutuações conjunturais. Mas nós estaremos sempre atentos".

JUROS FUTUROS

Mesmo com a tentativa do governo de contornar a repercussão da fala de Dilma, as taxas de juros futuros negociadas na BM&FBovespa fecharam em queda e as apostas de elevação da taxa básica de juros nacional --a Selic, atualmente em 7,25% ao ano-- foram reduzidas.

O contrato futuro de DI (Depósito Interfinanceiro) com vencimento em julho de 2013 fechou com taxa de 7,14% e o com vencimento em janeiro de 2014, de 7,74%. O contrato com vencimento em janeiro de 2015 mostrou 8,45% e o contrato para janeiro de 2017 ficou em 9,28%.

REUNIÕES DO COPOM

As taxas mostraram baixa desde a abertura, mas intensificaram o movimento após o discurso da presidente.

A maior parte do mercado acreditava que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) poderia voltar a subir a Selic já em sua próxima reunião, em abril, pressionado pelo avanço da inflação no país.

PATAMAR HISTÓRICO

No início desse mês, a autoridade manteve o juro básico da economia brasileira em 7,25% ao ano --menor patamar histórico.

Foi a terceira reunião seguida do Copom em que a taxa foi mantida. O último corte, de 7,5% para 7,25% ao ano. ocorreu em outubro de 2012. Desde agosto de 2011, a Selic caiu 5,25 pontos percentuais --em dez reduções consecutivas.





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