Casal da Renascer jura inocência na audiência nos EUA
Esta primeira audiência serviu apenas para que a Justiça dissesse aos dois os crimes pelos quais são acusados e perguntar se eles entendiam as acusações. Os dois afirmaram que entendiam, e disseram não ser culpados.
O casal chegou ao tribunal às 12h10 (no horário de Brasília, 9h10 no horário de Miami), e deixaram o local imediatamente após o final da audiência. Os dois chegaram acompanhados pela filha, Fernanda, e por um segurança.
Eles foram o primeiro caso atendido no expediente do dia do tribunal. A audiência ocorreu na sala 7 do tribunal. Não foi marcada data para uma nova audiência.
Os Hernandes foram presos no dia 9 de janeiro, no aeroporto de Miami, quando tentavam entrar nos EUA com US$ 56,5 mil, tendo declarado apenas US$ 10 mil.
Na segunda-feira, o júri popular (em inglês, "grand jury") decidiu acatar e analisar as denúncias contra os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo.
O júri, composto por 25 pessoas, decidiu no final da tarde desta segunda pelo indiciamento do casal pelas acusações de falso testemunho e contrabando de dinheiro. A decisão do júri garante que existem provas suficientes para levar adiante o processo movido pela Justiça americana contra os bispos.
Audiência
A audiência desta terça-feira já teve sua data remarcada por duas vezes. Inicialmente, Estevam e Sônia se apresentariam à Justiça Federal de Miami no dia 24 de janeiro, às 13h (horário de Brasília, e 10h no horário local). A data, no entanto, foi modificada a pedido da promotoria porque o júri não havia se reunido para decidir sobre o indiciamento.
A audiência foi então remarcada para o dia 29 de janeiro, mas foi transferida para esta terça por pedido da advogada de defesa do casal, Susan Van Dusen, que pediu mais tempo para analisar as informações do caso.
No último dia 31, um acordo firmado entre a promotoria e a defesa do casal fixou o valor da fiança para a liberdade do casal em US$ 100 mil. Anteriormente, mesmo com a condicional já concedida ao casal, a promotoria havia pedido que o valor fosse elevado para US$ 250 mil, sendo pelo menos 15% pagos em dinheiro.
Os dois estão atualmente em liberdade condicional - vigiada - em Boca Raton. Eles não podem sair da região sul do estado da Flórida e tiveram os passaportes retidos pelo governo. Ambos também estão sendo monitorados por chips nos tornozelos.
Pena nos EUA
Caso sejam condenados nos EUA, Sonia e Estevam terão de cumprir a pena de prisão lá antes de serem extraditados para o Brasil. No dia 22 de janeiro, o governo brasileiro entregou ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos o pedido de prisão, para fins de extradição.
A pena prevista é de até cinco anos, mas, na prática, os dois podem ficar presos por no máximo 21 meses. Caso consigam comprovar que os US$ 56.467 que trouxeram para os EUA têm origem lícita, o casal pode se livrar da prisão.
Mesmo neste caso, no entanto, seriam extraditados para o Brasil e perderiam seus green cards (documento de residência permanente para estrangeiros nos EUA). Eles também correm o risco de não poderem mais entrar nos EUA nem como turistas, caso sejam julgados culpados.
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