Chinaglia quer criar cargos para abrigar apoiadores
Nos bastidores, Chinaglia tem sido pressionado por aliados a "pagar a fatura" de sua eleição. Um dos principais trunfos do petista para costurar apoios era justamente o loteamento de cargos e relatorias de comissões importantes.
Além disso, o novo presidente da Câmara também tem ouvido queixas para que interceda pela escolha de José Múcio (PTB-PE) para sucedê-lo na liderança do governo. O posto também é cobiçado pelo atual vice-líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), e pelo ex-ministro Eunício Oliveira (PMDB-CE).
Além de precisar atender aos seus aliados, Chinaglia ainda tem de tentar apaziguar a cisão na base governista e retribuir ao PSDB, cujo apoio foi decisivo na sua eleição.
"É uma crise, cada líder prometeu dez comissões e agora só tem duas para entregar", afirmou o deputado Ricardo Barros (PP-PR), um dos articuladores da campanha vitoriosa do petista.
"Tem que decidir logo", disse o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO).
Lista de comissões
A saída, portanto, foi criar mais cargos, explorando assuntos que deverão permear a legislatura. O petista pretende sugerir uma lista de comissões especiais, destinadas às reformas política e tributária, uma nova relacionada ao meio ambiente (para cuidar especialmente do aquecimento global), à análise dos recursos do Fundeb (fundo da educação básica), à Previdência Social e à reformulação da legislação penal.
Outra comissão que terá peso estratégico é a que cuidará exclusivamente do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Além disso, poderá propor uma direcionada a questões administrativas (como reajuste dos salários dos parlamentares) e à atualização do regimento interno.
No caso das comissões permanentes, é praticamente certo que o PMDB comandará a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), e o PT, a Comissão de Finanças. O PT também deve ficar com a de Educação.
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