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China ameaça desbancar Brasil no Mercosul
"O Brasil está consolidado como exportador dentro do Mercosul, mas é preciso ficar alerta às importações chinesas, que já tiraram seu lugar em alguns setores que antes eram dominados por produtos brasileiros", disse o analista econômico Maurício Claveri, da Abeceb.com.
Os dados reunidos pela consultoria mostram que as vendas chinesas para os sócios fundadores do bloco - Paraguai, Uruguai e Argentina - vêm crescendo em um ritmo muito superior às do Brasil.
É o caso da exportação de bicicletas para a Argentina, um setor em que as posições se inverteram em apenas quatro anos.
Em 2002, o Brasil exportou US$ 797,6 milhões em bicicletas e velocípedes para a Argentina, abastecendo 76% do mercado vizinho. No ano passado, as vendas brasileiras caíram para US$ 69 milhões, com o Brasil respondendo por apenas 4,4% desse mercado.
Já a China, que, em 2002, vendia US$ 49,5 milhões em bicicletas e velocípedes para a Argentina, vendeu quase US$ 826 milhões em 2006. Nos quatro anos, as vendas brasileiras caíram 91%, enquanto as chinesas saltaram mais de 1.550%.
Invasão chinesa
O exemplo das bicicletas reflete um fenômeno mais amplo.
Em 2006, a Argentina importou o equivalente a US$ 11,7 bilhões do Brasil, e US$ 3,1 bilhões da China.
"O Brasil ainda vende mais para a Argentina, mas essa distância está se reduzindo rapidamente", disse Claveri.
Os números confirmam a avaliação de Claveri. Nos últimos cinco anos, de acordo com dados oficiais argentinos, as exportações chinesas para o país cresceram 822%, enquanto as brasileiras aumentaram 365%.
"A China hoje ainda representa cerca de 30% das exportações brasileiras na Argentina. Mas, sem dúvida, surgiu um competidor de peso para diferentes áreas do Brasil."
Em setores de produtos industrializados, como o de louças, televisores, guarda-chuvas, calçados e têxtil, produtos brasileiros foram substituídos por made in China.
"Isso está acontecendo porque a produção chinesa parece mais barata e em maior escala. Além disso, apesar da recuperação, a indústria argentina ainda não é suficiente para atender à demanda que cresceu com a expansão da economia", afirmou o analista econômico.
Há mais de três anos, a economia argentina registra cerca de 9% de expansão.
Uruguai e Paraguai
Nos outros parceiros do Mercosul, a situação é semelhante. Em 2005, o Paraguai importou US$ 872 milhões em produtos brasileiros e US$ 441 milhões em mercadorias chinesas – ou seja, o Brasil exportava para o parceiro mais do que o dobro exportado pela China.
Em 2006, o comércio chinês com o Paraguai quase encostou na cifra brasileira. O Paraguai importou US$ 1,2 bilhão do Brasil e US$ 1,097 bilhão da China.
Com o Uruguai não foi diferente. Em 2004, o Uruguai importou US$ 667 milhões do Brasil e US$ 154 milhões da China - ou seja, o Brasil exportou ao mercado uruguaio quatro vezes mais do que a China.
Dois anos depois, em 2006, essa diferença caiu para 2,85 vezes. Enquanto as exportações brasileiras para o mercado uruguaio foram de cerca de US$ 1 bilhão, as chinesas foram de US$ 352 milhões.
Os dados reunidos pela consultoria mostram que as vendas chinesas para os sócios fundadores do bloco - Paraguai, Uruguai e Argentina - vêm crescendo em um ritmo muito superior às do Brasil.
É o caso da exportação de bicicletas para a Argentina, um setor em que as posições se inverteram em apenas quatro anos.
Em 2002, o Brasil exportou US$ 797,6 milhões em bicicletas e velocípedes para a Argentina, abastecendo 76% do mercado vizinho. No ano passado, as vendas brasileiras caíram para US$ 69 milhões, com o Brasil respondendo por apenas 4,4% desse mercado.
Já a China, que, em 2002, vendia US$ 49,5 milhões em bicicletas e velocípedes para a Argentina, vendeu quase US$ 826 milhões em 2006. Nos quatro anos, as vendas brasileiras caíram 91%, enquanto as chinesas saltaram mais de 1.550%.
Invasão chinesa
O exemplo das bicicletas reflete um fenômeno mais amplo.
Em 2006, a Argentina importou o equivalente a US$ 11,7 bilhões do Brasil, e US$ 3,1 bilhões da China.
"O Brasil ainda vende mais para a Argentina, mas essa distância está se reduzindo rapidamente", disse Claveri.
Os números confirmam a avaliação de Claveri. Nos últimos cinco anos, de acordo com dados oficiais argentinos, as exportações chinesas para o país cresceram 822%, enquanto as brasileiras aumentaram 365%.
"A China hoje ainda representa cerca de 30% das exportações brasileiras na Argentina. Mas, sem dúvida, surgiu um competidor de peso para diferentes áreas do Brasil."
Em setores de produtos industrializados, como o de louças, televisores, guarda-chuvas, calçados e têxtil, produtos brasileiros foram substituídos por made in China.
"Isso está acontecendo porque a produção chinesa parece mais barata e em maior escala. Além disso, apesar da recuperação, a indústria argentina ainda não é suficiente para atender à demanda que cresceu com a expansão da economia", afirmou o analista econômico.
Há mais de três anos, a economia argentina registra cerca de 9% de expansão.
Uruguai e Paraguai
Nos outros parceiros do Mercosul, a situação é semelhante. Em 2005, o Paraguai importou US$ 872 milhões em produtos brasileiros e US$ 441 milhões em mercadorias chinesas – ou seja, o Brasil exportava para o parceiro mais do que o dobro exportado pela China.
Em 2006, o comércio chinês com o Paraguai quase encostou na cifra brasileira. O Paraguai importou US$ 1,2 bilhão do Brasil e US$ 1,097 bilhão da China.
Com o Uruguai não foi diferente. Em 2004, o Uruguai importou US$ 667 milhões do Brasil e US$ 154 milhões da China - ou seja, o Brasil exportou ao mercado uruguaio quatro vezes mais do que a China.
Dois anos depois, em 2006, essa diferença caiu para 2,85 vezes. Enquanto as exportações brasileiras para o mercado uruguaio foram de cerca de US$ 1 bilhão, as chinesas foram de US$ 352 milhões.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/243846/visualizar/
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