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Terça - 06 de Fevereiro de 2007 às 07:23

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A cúpula nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou uma carta de denúncia contra o que chamou de "violência da polícia contra a população da Cuiabá".

O comunicado trata do episódio ocorrido na sexta-feira passada num trecho da rua Fernando Corrêa da Costa. Estudantes e associações de moradores protestavam contra o aumento da tarifa de ônibus, proposto recentemente pelo prefeito da cidade, Wilson Santos. O manifesto pedia ainda mais passes livres aos alunos.

Houve discussão e pancadaria envolvendo os manifestantes e os policiais. Resultado: 11 pessoas foram detidas, entre os quais Jairo Rocha, presidente do diretório do PT em Cuiabá. Estudantes foram agredidos e o protesto fora reprimido com bombas de efeito moral.

O reajuste proposto por Wilson Santos só não foi posto em prática pelas empresas que exploram o transporte coletivo em Cuiabá por força de uma liminar. A procuradoria do município recorreu, mas não obteve sucesso. Agora, as empresas planejam mover novas ações judiciais. A passagem em Cuiabá custa R$ 1,85. Pelo decreto do prefeito, a tarifa passaria a custar R$ 2,05.

Eis o conteúdo da carta, publicada pela direção nacional do PT.

CARTA DE DENÚNCIA

A população de Cuiabá-MT está chocada com a violência cometida na sexta-feira, dia 2 de fevereiro de 2008, pela Polícia Militar (Rotam e PMs convencionais) contra crianças, jovens, pais e mães de família que protestavam contra a possibilidade de aumento da tarifa do transporte na ponte do rio Coxipó, um dos locais de maior fluxo de veículos de Cuiabá, capital de Mato Grosso.

Essa situação é impulsionada por uma violência anterior, praticada pelo prefeito Wilson Santos (PSDB), que defende judicialmente o aumento da tarifa de R$ 1,85 para R$ 2,05. Segundo a CPI do Transporte da Câmara de Vereadores de Cuiabá, a tarifa está superfaturada e as concessionárias devem aos cofres públicos R$ 138 milhões (multas, impostos e taxas de outorga). Reivindicamos que o prefeito converta a dívida em investimentos no setor e que não haja aumento!

Na ponte do rio Coxipó, de um lado estavam moradores da periferia, estudantes universitários e secundaristas portando cartazes, faixas, pneus e obstruindo meia-pista da avenida Fernando Corrêa para demonstrar suas reivindicações. De outro, a PM fortemente armada com escopetas, cassetetes, spray de pimenta e totalmente despreparada, sob o comando dos também despreparados coronéis Farias e Taboreli.

Cenas de covardia e abuso de poder. PMs armados correndo atrás dos manifestantes. Uso indiscriminado de spray de pimenta. Chutes, murros, chaves-de-braço, muitos desferidos contra as pessoas quando elas já estavam algemadas. Pressão psicológica como ameaças de que os manifestantes seriam levados ao presídio do Carumbé e que se não parassem de correr seriam atingidos por tiros. Doze pessoas foram levadas à força para a Delegacia Metropolitana. Ao menos cinco ficaram feridas.

Mas a resposta será dada de forma efetiva, para que impeçamos o prosseguimento dessas atitudes, que são típicas de um regime de ditadura.

" Utilizaremos todas as medidas cabíveis, tanto no campo administrativo como no criminal. Acionaremos a Corregedoria da PM, o Ministério Público e o Judiciário.

" Divulgaremos fotos e imagens da covardia à mídia local e nacional.

" Reivindicaremos postura rigorosa do secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, por entendermos que está em suas mãos o controle deste setor e que ele não compactua com os maus-tratos cometidos contra a população.

" Iniciaremos uma campanha popular em defesa do direito de manifestação e contra a filosofia ditatorial que ainda permeia parte dos nossos poderes constituídos. Desde já pedimos a solidariedade das entidades de direitos humanos, religiosas, políticas, estudantis, sindicais e comunitárias.





Fonte: Folhabnet

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