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Esportes
Quarta - 27 de Março de 2013 às 13:11
Por: Renan Rodrigues

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Se o fechamento do estádio Engenhão por tempo indeterminado atrapalhará o futebol carioca, o Botafogo, seu arrendatário, deve ser o maior prejudicado. A equipe de General Severiano deve perder contratos para eventos, renda de jogos, além de ter que arcar com a manutenção mensal, de cerca de R$ 400 mil. OUOL Esporte apurou que a conta negativa pode alcançar meio milhão de reais.

Já nesta semana, equipes de filmagem de uma agência de marketing fariam gravações no estádio, com um valor inclusive já pago ao Alvinegro. Além disso, empresas donas de camarotes e que exploram áreas do Engenhão com publicidades também podem suspender ou exigir a devolução dos pagamentos, já que não terão suas marcas exibidas sem a realização de jogos no local.

Visivelmente chateado, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, declarou durante coletiva na sede da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), na última terça-feira, que vai buscar ressarcimento. Ele evitou disparar contra a Prefeitura ou contra o consórcio responsável pela conclusão do estádio, formado por Odebrecht e OAS, mas internamente admite ir à Justiça.

“Não sei o tamanho do prejuízo, mas sei que ele é grande. Tenho contratos de longa duração, patrocinadores, marcas. Dependendo do tempo que o Engenhão ficar fechado, não sei quem vai pagar essa conta. É óbvio que o prejuízo é grande. Agora, como foi dito que tem que se procurar a solução, quem proporcionou esses prejuízos tem de ser cobrado também. E o Botafogo vai cobrar”, declarou Assumpção.

O Engenhão começou a ser erguido em 2003 pela Delta, investigada na CPI do empresário Carlinhos Cachoreira. A construtora abandonou a obra, e Odebrecht e OAS assumiram o trabalho. Como condição, teriam imposto no contrato que não se responsabilizariam por erros de projeto. Caso esse seja o motivo do problema na cobertura, a Prefeitura terá que arcar com a reforma. Se o risco foi causado por erro na execução, o consórcio será acionado.

É justamente um possível "empurra-empurra" sobre a responsabilidade do problema que assusta os dirigentes alvinegros. Nenhum prazo foi dado para a reabertura, e eles temem que as obras demorem mais até que os culpados sejam apontados. 

“A manutenção que o Botafogo faz não tem nada a ver com a questão estrutural do projeto. É a manutenção predial e elétrica. Teve o problema do no-break no passado (apagões) e o Botafogo resolveu antes do consórcio dar algum parecer. De seis em seis meses o Botafogo entrega à Prefeitura um relatório dessas manutenções que são feitas. A questão da cobertura era feita pelo próprio consórcio desde o início da obra, em função de ser um projeto novo, moderno”, completou Assumpção.

Sem o Engenhão, os clubes devem dividir seus jogos entre São Januário, Raulino de Oliveira (em Volta Redonda) e Moacyrzão (em Macaé). Novas reuniões serão realizadas nesta quarta-feira, e uma entrevista coletiva de engenheiros e técnicos do consórcio dará mais explicações sobre o problema na cobertura do estádio e o risco à população.






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