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Domingo - 04 de Fevereiro de 2007 às 08:25

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RIO DE JANEIRO - Além dos gols, Ronaldo é conhecido pela persistência. Muitos afirmaram que ele estava acabado para o futebol após as cirurgias em seqüência no joelho direito. Em 2002, o Fenômeno deu a resposta e foi decisivo para o Brasil ganhar o penta. Quatro anos e meio depois, Ronaldo encara novo desafio. Talvez, o maior da carreira. E esbanja confiança de que o resultado será o mesmo.

- Estou sendo tratado com muito carinho (no Milan). Isso me empolga demais. Milão é o lugar ideal para eu dar a volta por cima - afirma Ronaldo em entrevista exclusiva do GLOBOESPORTE.COM, por e-mail, direto da Itália.

Na entrevista, Ronaldo não foge das perguntas. O Fenômeno garante que seu percentual de gordura atual é de apenas 9%, diz não temer represálias da torcida do Internazionale, fala da vida afetiva e do desejo de voltar a vestir a camisa da seleção brasileira.

- Quero recuperar meu espaço na seleção (...) Terei de mostrar jogo, Na seleção, nada me veio de graça e não seria agora que isso iria acontecer.

GLOBOESPORTE.COM: Qual será seu maior desafio no Milan? A readaptação ao futebol mais pegado dos italianos, a briga contra as lesões que você vem sofrendo seguidamente... Enfim, o que mais você quer superar neste seu novo momento?

RONALDO: Um pouco de tudo. As coisas estão interligadas. Acredito que as contusões acabaram de vez, e isso me garantirá a forma para enfrentar o futebol italiano, que é duro. Com isso, os gols voltam. Enfim, a boa fase vem quando todos esses problemas estão resolvidos.

GLOBOESPORTE.COM: A torcida do Internazionale anda muito irritada com sua ida para o Milan. Já o chamam inclusive de traidor sujo, fazendo uma animação ofensiva, comparando você a um porco. Vai tomar algum cuidado especial com a segurança em Milão? Você teme represálias?

RONALDO: Sinceramente não temo represálias. É natural que a torcida do time rival, principalmente se você já jogou por esse time e teve uma passagem boa, como foi meu caso, reclame. Nem passa pela minha cabeça esse negócio de segurança. Espero apenas que tenham respeito por mim, porque respeito muito a eles.

GLOBOESPORTE.COM: No início da temporada, você prometeu 30 gols. Muitos problemas aconteceram e você não teve a chance de cumprir a promessa. O que pode projetar para estes seis primeiros meses no Milan?

RONALDO: Estava mesmo otimista em Madri, achando que as coisas iam funcionar, mas houve muitos problemas, e não deu para fazer muitos gols. Aqui não pretendo falar de números, mas pretendo fazer os gols. Estou sendo muito bem tratado aqui, com carinho. Isso me empolga demais. Milão é o lugar ideal para eu dar a volta por cima.

GLOBOESPORTE.COM: O que deu errado no trato com Fabio Capello? No início da temporada, ele pediu para que você ficasse no Real, e o clube recusou uma proposta muito melhor do Milan. O que houve para azedar a relação?

RONALDO: Sinceramente não sei. O que me pareceu é que ele não confiava em mim, foi se distanciando cada vez mais. Só quero dizer que jamais contrariei uma decisão dele, fiquei no banco sem reclamar e nem me rebelei quando era afastado dos jogos. Mas para mim o ex-treinador é passado, quero falar do Milan, do meu novo time.

GLOBOESPORTE.COM: Você foi tachado de má influência para os jovens do Real Madrid. Alguma vez você saiu à noite para beber com jogadores como Robinho e Marcelo?

RONALDO: Fui para a Europa com 17 anos e segui uma trajetória vitoriosa graças ao meu trabalho e empenho. Creio que isso é o exemplo que um atleta dá aos outros. Tenho a consciência que sou um bom profissional e sempre fui. Quem especula coisas como essa, não conhece a mim nem aos meus companheiros.

GLOBOESPORTE.COM: Como encara o fato de quase sempre sair de um clube deixando os torcedores tristes? Foi assim ao sair do Barcelona, do Inter e agora do Real Madrid.

RONALDO: Isso é natural. Quando um jogador é querido por uma torcida e tem de deixar o time, é normal que os torcedores fiquem tristes. No caso do Real Madrid eu disse o que sentia: partiu o meu coração deixar o clube, onde me sentia em casa. Mas sou um profissional e devo ir onde me querem. No Inter, saí porque o técnico obrigou que isso acontecesse.

GLOBOESPORTE.COM: Coincidência ou não, suas melhores fases no futebol foram quando você estava com relacionamentos sérios (do tipo morando junto, pelo menos). Foi assim com Nádia França, Suzana Werner, Milene e até mesmo em um curto período com a Daniella Cicarelli (choveram gols com a comemoração 'mão na testa'). Será que se você arrumar um novo amor sua tarefa em campo não vai ser facilitada?

RONALDO: Não relaciono uma coisa à outra. Meus problemas recentes foram causados mesmo pelas contusões e à falta de confiança do técnico. Estar bem afetivamente ajuda a viver melhor, não apenas a fazer gols. O que ajuda a fazer gols é estar sem problemas físicos e numa equipe que esteja num bom momento.

GLOBOESPORTE.COM: Já surgem piadas dando conta de que seu número no Milan (99) representa o seu peso. Como reage a esse tipo de piada? Por falar nisso, qual é o seu peso atualmente? Acha que ele é o ideal?

RONALDO: Piadas sempre surgem, comentários também, mas isso não me preocupa. Estou à disposição do Ancelotti e tenho trabalhado duro para estar em forma. A questão do peso, já disse várias vezes, é secundária. O que vale mesmo é o percentual de gordura, e o meu está em 9%. Quanto ao número da camisa, não estou nem um pouco preocupado com isso, quero é jogar.

GLOBOESPORTE.COM: Durante a Copa, surgiram rumores de que uma das causas do seu excesso de peso seriam injeções de cortisona para amenizar as dores nos joelhos. Isto procede? Já fez ou ainda faz uso desta substância?

RONALDO: Um absurdo desses não merece nem resposta. É um desrespeito ao departamento médico da seleção comentarem coisas como essa.

GLOBOESPORTE.COM: E o joelho operado após a Copa? Já está totalmente recuperado ou ainda o incomoda?

RONALDO: Foi uma cirurgia simples, e tive rápida recuperação. Não há qualquer problema em relação a isso. Aliás, estou me sentindo muito bem mesmo, treinando forte e louco para ficar à disposição do técnico.

GLOBOESPORTE.COM: A Copa América está aí, Olimpíadas em 2008... Estas competições fazem parte de seus planos?

RONALDO: Quero recuperar o meu espaço na seleção e sei que para isso é importante ser titular no Milan, jogar bem e fazer gols. Acredito que, se estiver bem, o Dunga poderá me chamar novamente. Mas como disse, terei de mostrar jogo. Na seleção, nada me veio de graça e não seria agora que isso iria acontecer.

GLOBOESPORTE.COM: A torcida do Flamengo espera ansiosa a sua chegada. Julho de 2008 (ao fim do contrato com o Milan) é uma boa data para jogar no Mengão?

RONALDO: Adoro o Flamengo, todo mundo sabe disso, mas agora só penso agora no Milan. Nem comecei a jogar e vocês já falam em transferência?





Fonte: Globoesporte.com

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