Itália promete agir contra violência no futebol

Partida foi interrompida por 30 minutos porque o gás lacrimogêneo se alastrou para o campo.

O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, prometeu adotar medidas duras para acabar com a violência nas partidas de futebol, depois que um policial morreu durante confrontos entre fãs em um jogo na Sicília.

Prodi defendeu medidas que "façam com que os clubes se sintam responsáveis pelos fãs e que mudem radicalmente a situação".

"Nós não podemos continuar colocando a vida de policiais em risco", disse o premiê.

Prodi disse que irá realizar um encontro com o ministro do Interior e com o ministro dos Esportes na segunda-feira para decidir quais medidas serão tomadas.

As autoridades esportivas cancelaram todos os jogos de fim-de-semana e também o amistoso entre as seleções da Itália e da Romênia, marcado para quarta-feira.

O policial Filppo Raciti foi morto depois de ser atingido por uma bomba caseira, em uma partida na sexta-feira entre o Catania e o Palermo - um clássico da região da Sicília - pela Série A do campeonato italiano.

Cerca de 70 pessoas ficaram feridas e um outro policial está em estado grave.

Confusão

A partida entre o Catania (quinto na Série A) e o Palermo (terceiro) foi iniciada cedo na sexta-feira por temores em relação à segurança pública.

Antes do início do jogo, foi feito um minuto de silêncio pela morte de um dirigente do Sammartinese, ocorrida no último fim de semana.

Depois de uma hora de jogo, a partida teve de ser suspensa porque o gás lacrimogêneo usado pela polícia para dispersar uma briga do lado de fora se alastrou para o campo.

Segundo a agência de notícias Ansa, a briga começou porque torcedores do Palermo não puderam entrar no Estádio Massimino - que é do Catania - até o segundo tempo.

O jogo foi suspenso por 30 minutos.

Depois de encerrada a partida, que foi vencida pelo Palermo, torcedores continuaram com os confrontos com a polícia nas ruas em volta do estádio.

Reação

Ao saber da morte do policial, o executivo do Catania, Pietro Lo Monaco, anunciou que vai deixar o futebol.

"Soube que um policial morreu. Falar de futebol neste momento me parece sem sentido. Para mim, é o fim. Vou deixar o mundo do futebol."

O técnico do Palermo, Francesco Guidolin, culpou os torcedores do Catania pela violência.

"Nós ganhamos a partida, mas não podemos aproveitar a vitória. O futebol não poderá continuar por muito mais tempo desse jeito. Não há alegria."