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Nacional
Sábado - 03 de Fevereiro de 2007 às 18:53

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O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que deixou o governo no início do escândalo do mensalão, defendeu enfaticamente neste sábado o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e disse que o plano fará uma "revolução silenciosa" no País. No conforto de um hotel de alto padrão no município de São Roque, em São Paulo, que abriga reunião a portas fechadas do Campo Majoritário neste fim de semana, Dirceu também pregou a integração da América Latina, afirmou que o Brasil não pode ficar isolado e enalteceu os "avanços da esquerda", citando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

O ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência, abriu o encontro, anteontem à noite, com uma defesa da importância do Campo Majoritário para o PT e o governo Lula. Dirceu falou por cerca de uma hora na abertura do segundo dia do seminário "O Brasil que queremos", para uma platéia formada em sua maioria pelo PT paulista, núcleo mais forte do Campo Majoritário.

Também compareceram acusados de envolvimento no escândalo do mensalão, como o deputado João Paulo Cunha e o ex-deputado Professor Luizinho. Dirceu exaltou a importância do governo Lula e do Campo Majoritário para o PT e classificou o PAC como instrumento de redistribuição de renda, além do crescimento econômico.

Fortalecido com a vitória de Arlindo Chinaglia (PT) para a presidência da Câmara, o ex-ministro também ressaltou a importância do Campo Majoritário para o PT. Ao defender "avanços da esquerda" na América Latina, citou o novo presidente do Equador, Rafael Corrêa.

A reunião, convocada para discutir o futuro do grupo, tem como pano de fundo uma tentativa de reestruturar e fortalecer o Campo Majoritário, dilacerado após a série de escândalos no governo Lula que atingiu em cheio muitos de seus representantes. Do encontro, que termina no domingo, sairá um documento com propostas para o 3º Congresso da história do PT, em meados deste ano.

Antes, o Diretório Nacional se reunirá em Salvador no próximo fim de semana. "Vamos fazer balanço do mandato desta direção e discutir o papel da direção nas próximas eleições do partido. Temos a responsabilidade de aprender com os erros e de fazer o partido acertar cada vez mais", afirmou o deputado Devanir Ribeiro (SP). O petista considera estratégica uma discussão interna sobre as reformas tributária e política. Apesar dos problemas internos, a avaliação é de que não há necessidade de defender a refundação do partido.

Antes mesmo da apresentação das propostas, a reunião do Campo Majoritário suscitou polêmica dentro do PT. No documento intitulado "Mensagem ao partido", o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, fez pesadas críticas ao Campo. Para ele, o partido "ainda não superou a crise ética e programática". O deputado estadual Zico Prado reagiu: "Não há nada de novo em fazer críticas no PT. Agora, precisamos apresentar solução. Não basta só criticar."





Fonte: Agência Estado

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