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Internacional
Sábado - 03 de Fevereiro de 2007 às 18:17

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Cinco pessoas ficaram feridas neste sábado, 3, durante a liberação de uma usina petrolífera que havia sido tomada pelos habitantes de Camiri, no sudeste da Bolívia, para exigir uma "verdadeira nacionalização" dos hidrocarbonetos.

Por volta das 6h30 (horário de Brasília), tropas do Exército e da polícia recuperaram o controle da estação de bombeamento da empresa Transredes, filial da anglo-holandesa Shell, e da britânica Ashmore, que estava ocupada desde a última sexta-feira.

As cinco pessoas feridas, que estavam na entrada da usina quando chegaram os soldados e policiais, foram transferidas ao hospital de Camiri.

A equipe médica informou aos jornalistas que dois dos feridos têm marcas de bala, um no antebraço e outro na coxa. No entanto, em entrevista coletiva em La Paz, o ministro de Governo (Interior) da Bolívia, Alfredo Rada, ressaltou que o uso de armas de fogo não foi autorizado.

Rada disse que a liberação da usina da maior transportadora de hidrocarbonetos da Bolívia foi ordenada porque "o abastecimento energético" do país estava sendo posto em risco, já que o bombeamento de gás e petróleo para a rede nacional ficou fechado por cerca de 15 horas.

O ministro de Hidrocarbonetos boliviano, Carlos Villegas, que participou da entrevista coletiva ao lado de Rada, acrescentou que a Bolívia perdeu US$ 35 mil por cada hora de interrupção do abastecimento.

O fechamento das válvulas da estação de Transredes causou uma escalada nos protestos comandados, desde o início da semana, pelo comitê cívico de Camiri, cidade de 30 mil habitantes localizada no Chaco boliviano e antes conhecida como a capital petrolífera do país.

A "verdadeira nacionalização" que o comitê de Camiri reivindica inclui a "refundação" da empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), para que esta passe a operar os poços diretamente, e não apenas supervisione as multinacionais.

Também reivindica que o Estado boliviano tome os campos explorados por multinacionais, além da desapropriação de duas refinarias da Petrobras "nacionalizadas" pelo presidente Evo Morales em 2006, mas que a petrolífera brasileira ainda administra.

A negociação oferecida por Morales continua estagnada, pois os dirigentes civis de Camiri exigem que uma comissão governamental se desloque até o local do conflito para iniciar o diálogo.





Fonte: Estadão

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