Faltam medidas para combater ferrugem da soja, afimam produtores
O pacote de medidas do governo federal cria mecanismos para fortalecer o sistema de produção de soja a partir do desenvolvimento de ações de controle e prevenção de doenças. Desde que o primeiro foco de ferrugem asiática apareceu, em 2001, os prejuízos chegaram a mais de US$ 7 bilhões em todo o país.
Para a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), as medidas são importantes para unificar as ações em todo o país. "A ferrugem é uma doença nova que estamos aprendendo a conviver com ela. Porém, isso demanda recursos e nós esperamos que apareçam variedades da Fundação Mato Grosso, que tem um trabalho muito forte nesse sentido, de variedades de soja que sejam resistentes a esse fungo", argumenta Rui Otoni Prado, presidente da Aprosoja.
No plano do governo federal há ações que estão sendo utilizadas pelos agricultores do Estado, como o vazio sanitário, que tem possibilitado a redução significativa do número de aplicações de produtos para combater a ferrugem. Para o Ministério da Agricultura, as medidas devem ser suficientes para controlar o fungo e reduzir os custos dos produtores. "Hoje nós estamos estimando, em todo o Estado de Mato Grosso, reduzir em pelo menos uma aplicação e meia por hectare dos 5,3 milhões de hectares. Nossos produtores estão deixando de gastar e Mato Grosso está ganhando em torno de R$ 250 milhões só nessa safra por conta da redução de uso de fungicidas. O meio ambiente também ganha com isso", explica Vanderlei Dias Guerra, chefe da Comissão de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura em Mato Grosso.
A ferrugem asiática ataca as folhas e compromete o desenvolvimento da planta. O fungo está presente em todos os Estados que cultivam soja. Em Mato Grosso, depois que a doença apareceu, a produtividade vem diminuindo. Para o presidente da Empaer, Aréssio Paquer, as medidas do plano do governo federal, são muito tímidas. "Pelo menos uma medida tem que ser tomada emergencialmente. É facilitar a compra de produtos de baixo custo no mercado externo e principalmente nos países que o Brasil considera economias de mercado e que tenham os mesmos princípios ativos que o Brasil tem para que se pudesse fazer um controle adequado nas lavouras", afirma Paquer.
O representante do Ministério da Agricultura, Vanderlei Dias, disse também que o governo ainda estuda a possibilidade de oferecer ajuda financeira aos produtores prejudicados pela ferrugem asiática.
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