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Economia
Sábado - 03 de Fevereiro de 2007 às 07:04

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O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Paulo Vieira da Cunha, explicou nesta sexta-feira que as discussões entre o BC brasileiro e o BC argentino sobre o uso de um câmbio direto no comércio entre os dois países concentram-se agora nas questões técnicas de interface dos bancos comerciais com o sistema de pagamentos de cada país. De acordo com Vieira da Cunha, essa pode ser considerada uma segunda etapa nos acertos para o uso de câmbio bilateral nas relações comerciais entre Brasil e Argentina. A primeira, segundo ele, foi a definição dos instrumentos de compensação entre os dois países, que será voluntário e criado pelos exportadores com seus respectivos bancos comerciais.

A participação dos BCs nesses processos, explicou, se dará na compensação das diferenças de saldos líquidos entre os dois países, que num primeiro momento ainda terá o dólar como referência. De acordo com o diretor, encerrada a discussão que está sendo travada agora sobre os aspectos mais técnicos relacionados aos sistemas de pagamentos, a próxima etapa será a de eventuais adequações no arcabouço normativo e legal das regras de câmbio em cada país, uma etapa que o próprio diretor classificou como "extremamente complicada". A expectativa do Banco Central é de que as definições sobre o uso de moeda local nas relações comerciais Brasil-Argentina estejam prontas até meados do ano. Sua implementação, acrescentou, deve ocorrer até o fim deste ano.

Vieira da Cunha ainda disse que outros países do Mercosul também estariam interessados em participar deste mecanismo de câmbio direto entre outras moedas. O que, segundo ele, demandará ainda bastante trabalho. "Formatar uma clearing bilateral já é algo complicado, criar uma clearing multilateral é uma outra ordem de grandeza".

O diretor do BC destacou ainda que entre as maiores vantagens desse câmbio direto entre as moedas está a redução de custos para os exportadores e importadores, que pode permitir a entrada de pequenas empresas no segmento, aliada ao fato de que as empresas não terão de abrir um contrato de câmbio. "Por questões históricas, ainda vemos muita resistência de alguns empresários brasileiros em entrar em operações de câmbio", concluiu.





Fonte: Estadão

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