Aftosa: Reunião define estratégia
Só na parte de Mato Grosso são 780 quilômetros de fronteira seca com a Bolívia, que colocam em risco municípios como Cáceres, Porto Experidião e Comodoro, que confrontam com San Matias, San Ignácio e San Roque, no lado boliviano.
O objetivo é bloquear o trânsito de animais e impor barreiras sanitárias a produtos e subprodutos bolivianos após a descoberta de focos de aftosa na província de Cuatro Cañadas (departamento de Santa Cruz de La Sierra), a uma distância – em linha reta - de 193 quilômetros do município de Vila Bela.
“Estamos tomando todas as medidas, de acordo com as recomendações internacionais, para impedir a entrada da doença em nosso Estado e no país”, disse o chefe do Serviço de Sanidade Agropecuária da Superintendência Federal da Agricultura em Mato Grosso, Plínio Leite Lopes. Ele informou que os quatro Estados envolvidos na ação integrada conduzida pelo Mapa estão solicitando recursos para implementar a fiscalização na zona fronteiriça com a Bolívia. “Ainda não conhecemos o montante dos recursos, mas deve ser um valor suficiente para a realização do trabalho”, admitiu Plínio.
Ontem, os representantes dos serviços sanitários de Mato Grosso estiveram reunidos com o Fundo Emergencial de Combate à Febre Aftosa (Fefa), sindicatos rurais, Polícia Militar e Gefron (Grupo Especial de Fronteira), para montar a estrutura e a forma de atuação desses órgãos nos trabalhos de vigilância e controle epidimiológico nas barreiras.
Plício Lopes informou que serão instalados 11 postos fixos nos pontos estratégicos da fronteira, com o apoio do Exército e das Polícias Militar e Federal.
A instalação dos postos deve começar nas próximas horas.
INDEA – O Instituto de Defesa Agropecuária anunciou que pretende reforçar a sua presença nos corredores da fronteira, onde estão instaladas 115 propriedades – 54 em Vila Bela, 34 em Cáceres, 22 em Porto Experidião e 5 em Comodoro.
Nesse corredor o Indea deverá promover a vacinação de todo o rebanho bovino – cadastrado e não cadastrado.
Para esse trabalho e como medida de apoio na área de fiscalização e controle sanitário, o Indea vai ampliar de oito para 12 o número de equipes de veterinários e auxiliares técnicos.
Segundo o presidente do Indea, Décio Coutinho, o objetivo é garantir o controle sanitário, já que, segundo ele, no caminho dos focos da aftosa na Bolívia está a linha que separa a área livre de vacinação com aftosa e a zona “tampão” (não reconhecida pela Organização Internacional de Epizootias).
Outro problema, conforme o presidente do Indea, é a dificuldade de comunicação com os serviços sanitários da Bolívia. “As informações técnicas são precárias e, por isso, temos que tratar este episódio [ descoberta de focos de aftosa] como se a doença estivesse bem perto de nós”.
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